Terminamos 2021 como começamos: com o aumento de número de casos covid e em campanha eleitoral. Desta vez há mais infetados, mas menos mortes e menos internamentos e as eleições serão para eleger um novo Governo, já que o liderado por António Costa caiu de “podre”, tantas eram as trapalhadas da “geringonça”. Este ano fica marcado pela dissolução do Parlamento e consequente queda do Governo.
Durante seis anos, Portugal foi adiado. A governação limitou-se a distribuir fundos europeus e a boa herança recebida. A geringonça esqueceu Portugal porque a António Costa só interessa o poder pelo poder. Não tem os olhos postos no futuro de Portugal, pois só lhe interessa a sua sobrevivência política e a sua agenda futura.
A geringonça finalmente mostrou-se como realmente é e o que esteve na sua génese: um conjunto de partidos que visam apenas o Poder e nunca o desenvolvimento e crescimento de Portugal. Os últimos seis anos de “desgovernação” socialista estiveram sustentados por esta “geringonça” de esquerda apoiada no BE e no PCP. Como se provou, o que os unia era muito menos do que o que os separava.
O ano arrancou com as eleições Presidenciais e com a reeleição à primeira volta do Presidente da República, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, que escreveu “pelo seu punho” e já no final de 2021 o acontecimento político nacional ao decretar a dissolução do Parlamento.
2021 fica também marcado pelas eleições autárquicas. A campanha eleitoral e os resultados demonstraram a sabedoria dos portugueses. O grande vencedor das eleições foi sem dúvida Carlos Moedas e o grande derrotado António Costa e o PS. Fica, contudo, um desassossego perante o alheamento de muito portugueses: 46% de abstenção é preocupante. Já era tempo de, no mínimo, se facilitar mais o voto antecipado ou por correspondência. Esta taxa de abstenção foi ainda muito injusta para com os autarcas que fazem um trabalho excepcional e que nem sempre é devidamente reconhecido. Quem esteve, uma vez mais, na linha da frente e próximo das suas populações neste combate à COVID foram eles. Com um orçamento reduzido, mas dando muito de si e de todos os meios que as autarquias tinham. Substituíram-se muitas vezes ao Governo.
E ainda no panorama do nosso Portugal, não posso deixar de lamentar as trapalhadas do ex-Ministro Eduardo Cabrita que, em 2021, primou pela forma desastrosa como continuou a gestão de um Ministério de grande responsabilidade. Um Ministro cuja saída do Governo foi tão desastrosa como a sua “desgovernação”. Não deixa saudades.
A grande lição de democracia que o PSD ao não adiar as suas eleições internas é um facto que destaco. Fui contra o adiamento dessas eleições, porque sempre estive convencido que, independentemente do resultado final, o PSD ficaria reforçado. Nos partidos, as eleições internas deveriam significar -sempre- debate, alternativa, legitimidade. Foi o que aconteceu nas eleições internas do PSD. Rui Rio ganhou as eleições internas, reforçou a sua legitimidade, mostrou, mais uma vez, que é resiliente e corajoso.
A compra de vacinas pela comissão europeia e a sua distribuição por todos os Estados-membros é um facto a realçar. Num só ano 78% dos adultos foram vacinados. A vacinação é a única forma de vencermos um vírus que continua a provocar mais danos do que esperávamos quando dissemos adeus a 2020. Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.874 pessoas e foram contabilizados 1.279.785 casos de infeção, segundo informação da Direção-Geral da Saúde. Não queremos imaginar o que seria 2021 se não tivesse havido a congregação de esforços para a descoberta de uma vacina e a sua ampla distribuição.
Um ano é sempre ele marcado por personalidades. Ursula Von der Leyen, Presidente da Comissão Europeia, será sempre lembrada pela sua extraordinária liderança no processo de vacinação. A Presidente da Comissão Europeia negociou a mais ampla carteira de candidatas a vacinas e foi fruto do seu trabalho e da sua liderança que a Europa se uniu neste combate e ainda apoiou os países menos desenvolvidos para que ninguém ficasse para trás.
Outra mulher que se destacou e que é também ela uma figura determinante na construção europeia: Angela Merkel – ex-chanceler alemã. Angela Merkel foi uma figura chave e fundamental em todos os momentos cruciais da Europa nos últimos anos, conseguindo com a sua “força” persuadir os países menos solidários a apoiar os Estados-Membros mais necessitados. Teremos certamente muitas saudades desta grande líder europeia e mundial!
2022 está à porta e continuo a acreditar que a palavra-chave para entrar no novo ano é a Esperança. Estou confiante que vamos derrotar a pandemia e relançar a economia. Nós somos capazes de vencer os desafios que enfrentamos. Portugal tem excelentes instituições, empresas e empresários, um povo trabalhador, uma história que nos une e fortalece, um património que nos distingue, um clima que atrai. Falta um governo à altura de Portugal e dos portugueses. Está nas nossas mãos escolhê-lo. Desejo a todos força, saúde, coragem e alegria para juntos fazermos de 2022 um ano de sucesso.
Gosto
+ A Escola de Engenharia da UMinho está de parabéns ao obter 20 prémios num trimestre! Os nomes que dignificam a Academia são muitos e a eles presto a minha homenagem. Vários docentes, investigadores e alunos provam que Portugal tem dos melhores a nível mundial. Uma vez mais a nossa comunidade científica está de parabéns e merece ser reconhecida, acarinhada e apoiada.
+ Esta é uma época mais propícia a campanhas e comportamentos solidários. É com gosto que vejo o quanto os portugueses se esforçaram para darem de si a quem menos tem. Empresas e instituições desenvolveram campanhas para um Natal mais feliz. Uma palavra de reconhecimento à comunidade, que se associou às autarquias, paróquias, escolas, grupos de jovens, escuteiros e ao comércio local para recolherem alimentos, produtos de higiene, brinquedos e roupa para que a felicidade pudesse entrar na casa de muitos. A todos os que na noite de Natal abdicaram do conforto dos seus lares e foram apoiar e alimentar quem mais precisava a minha homenagem e gratidão.
Não-Gosto
– Este Natal tivemos mais acidentes e vítimas mortais nas nossas estradas do que tivemos em 2020. De 22 a 27 deste mês temos a lamentar quase dois mil acidentes, 5 vítimas mortais e 25 feridos graves. Lamento as vítimas e apelo a todos para redobrarem os cuidados numa época em que há muita pressa em chegar aos nossos destinos. Por favor, adoptem comportamentos seguros na estrada, porque “O melhor presente é estar presente”.
– Da elevada capacidade de transmissão da variante Ómicron que está a provocar um crescente número de infectados pela Covid. Estamos a antever, segundo os dados que nos vão sendo fornecidos, a possibilidade muito real de ultrapassar o máximo de casos diários registados desde o início da pandemia de infecções pelo coronavírus. O Instituto Ricardo Jorge previu que Portugal pode chegar aos 40 mil casos na próxima semana.