Em sessões para assinalar as comemorações do Dia da Europa, eurodeputado José Manuel Fernandes alerta os jovens para riscos de novas derivas populistas e extremistas
Em vésperas da comemoração do Dia da Europa, o Eurodeputado José Manuel Fernandes desafiou os jovens para refletirem sobre respostas aos novos desafios e sobre os impactos de um potencial fim da União Europeia. Uma oportunidade para avaliar a atualidade e os riscos de novas derivas populistas e extremistas, que colocam em causa a paz e o nível de vida de todos os cidadãos.
“Se não houvesse União Europeia, ninguém duvide que já teria havido novas guerras na Europa”, sustentou José Manuel Fernandes, assumindo-se “convicto europeísta” em sessões este fim-de-semana em diferentes meios, como a Escola Básica da Ribeira do Neiva, no concelho de Vila Verde, a Universidade do Minho e a Associação Intercultural Amigos da Mobilidade, em Gamil-Barcelos.
Alertando para uma atualidade onde grassam os movimentos populistas e extremistas, assentes em nacionalismos e egoísmos que ameaçam a paz, assim como a liberdade e a democracia, o Eurodeputado do PSD fez questão de lembrar a origem da União Europeia e a declaração de Robert Schuman a 9 de maio de 1950.
“A II Guerra Mundial matou 55 milhões de pessoas. E não vai assim há tanto tempo. Como há 67 anos disse Schuman e defenderam os ‘pais’ da União Europeia, é «através de realizações concretas que criem, antes de mais, uma solidariedade de facto» que podemos garantir a paz e esta Europa de progresso e desenvolvimento humano e social”, alertou.
José Manuel Fernandes fez questão de anotar que “a União Europeia é a região do mundo onde se vive melhor, com mais garantias de liberdade, igualdade, direitos sociais e respeito pelo ambiente e pela dignidade humana. E salientou que, “com apenas 7% da população mundial, a UE produz mais de 20% do PIB mundial e beneficia de mais de 50% de todas as despesas sociais contabilizadas em todo o mundo”.
“É verdade que não temos sabido promover de forma eficiente as vantagens e os benefícios de que usufruímos na União Europeia. Não sabemos quem somos e como estamos. Por isso, não podemos valorizar o que conquistamos”, disse o eurodeputado, desafiando os jovens a refletir sobre como seria a reposição de fronteiras.
Destacando o “papel muito importante dos jovens no que toca ao futuro da União Europeia”, José Manuel Fernandes referiu que, este domingo, “temos eleições em França que são muito importantes para o futuro da França e da União Europeia. Se Marine Le Pen vencer, a UE acaba”.
“Depois, teremos também de esperar pelas eleições na Alemanha. Os nacionalismos e os egoísmos nacionais acentuam-se e estão a crescer. O ‘Brexit’ é resultado disso, dos egoísmos e dos nacionalismos. São ameaças que pairam sobre a Europa e sobre os cidadãos”, alertou.
Por isso, o Eurodeputado desafiou os jovens a assumirem “uma aposta ativa no desenvolvimento de um sentimento de identidade mais europeu”. A começar pela mobilidade na União Europeia, que “é uma oportunidade com grande impacto na luta contra o desemprego e na valorização de todos os recursos e potencialidades da União Europeia, de cada um dos Estados-Membros e dos nossos cidadãos, nomeadamente dos jovens”.
“É importante que nos sintamos mais europeus e, assim, podermos tirar melhor partido das oportunidades e dos desafios que este espaço representa. Esta mobilidade permite ainda o contacto com a diversidade cultural europeia e a sua valorização. É também uma forma de promovermos a paz”, defendeu, apontando como exemplo o sucesso do programa Erasmus.
De uma forma especial, destacou o trabalho da Associação Intercultural Amigos da Mobilidade, uma entidade sem fins lucrativos sediada em Barcelos, que promove e apoia na região programas de mobilidade e encontros internacionais de âmbito cultural, social e recreativo, tendo recebido nos últimos 5 anos cerca de 8200 participantes de diferentes partes do mundo.