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Luta contra o abandono escolar é de extrema importância para o sucesso económico e social da UE

O Eurodeputado José Manuel Fernandes explicou hoje, em Vila Verde, a importância da luta contra o abandono escolar para o sucesso da estratégia de desenvolvimento económico e social da União Europeia.

“Trata-se de um grave problema não apenas para a pessoa afetada, mas também para a sociedade e para a economia”, alertou o eurodeputado, no encerramento do projeto ‘One is too Many’ que juntou na Escola Profissional Amar Terra Verde (EPATV) cerca de sete dezenas de jovens e professores de 10 países para reflectirem sobre o fenómeno do abandono escolar.

Numa sessão que constituiu uma réplica do plenário do Parlamento Europeu, José Manuel Fernandes vincou a importância das qualificações e da formação, não apenas para as pessoas, mas também para uma estratégia de desenvolvimento sustentado no atual contexto global, extremamente competitivo.

“Ao contrário da ideia errada que muitas vezes criamos por estarmos numa Europa tão evoluída e que é das regiões onde melhor se vive no mundo, o abandono escolar precoce é, de facto, um grave problema com que a União Europeia ainda hoje se debate e precisa de resolver urgentemente”, assumiu o eurodeputado.

José Manuel Fernandes sustentou que “as capacidades e as competências adquiridas na escola são uma condição mínima para a entrada e o sucesso no mercado de trabalho e, simultaneamente, essenciais para preparar os jovens para a vida e se assumirem como cidadãos ativos e realizados”.

O eurodeputado fez ainda questão de deixar informações que servem de alerta: “A maioria das pessoas que abandonaram precocemente o sistema de educação e formação está desempregada ou inactiva, e estão em situação de desvantagem social e económica. A saída antecipada da educação e formação conduz à redução das oportunidades de emprego e ao aumento da probabilidade de desemprego, pobreza e exclusão social”.

Ao longo da semana, professores e alunos de Portugal, Itália, Reino Unido, Letónia, Lituânia, Bulgária, Chipre e Grécia, assim como os países parceiros da UE Noruega e Turquia, participaram numa semana de actividades, incluindo recriações de sessões do “Parlamento da UE”, visitas à região e contactos com instituições locais, no âmbito do projeto “One is too Many”, apoiado pelo ERASMUS+ e que se baseia em testemunhos de alunos em risco de abandono escolar de forma a elencar um conjunto de medidas/procedimentos para diminuir o abandono escolar na Europa.

O Eurodeputado José Manuel Fernandes assumiu o compromisso de levar em conta as reflexões e conclusões deste grupo no âmbito dos trabalhos do Parlamento Europeu ligados à luta contra o abandono escolar e a medidas para melhorar a qualidade e o sucesso da educação e da formação na Europa.

Entre as conclusões consta a necessidade de motivar não apenas os alunos, mas também os professores, os directores de escola, os pais e a família e a comunidade para resolver problemas comuns, como a luta contra as desigualdades ou a prevenção do insucesso e do abandono escolar.

Nesse âmbito, José Manuel Fernandes reconheceu como fundamental a relação entre o professor e o aluno. Mas salvaguardou que “a escola e o professor não podem trabalhar sozinhos ou de forma isolada, impondo-se uma “abordagem integrada”, que pressupõe “o envolvimento de toda a comunidade escolar, nomeadamente lideranças de topo e intermédias, pessoal docente e não docente, alunos, pais e famílias”.

Porque “a juventude é um precioso recurso da União Europeia”, o eurodeputado aproveitou para deixar um desafio aos jovens, no sentido de assumirem “um papel ativo para provocar medidas e ações políticas, incluindo ao nível da valorização da formação e da dinamização do mercado de trabalho, através de um verdadeiro ‘diálogo estruturado’ – como aconteceu esta semana na concretização do projeto Erasmus+, na EPATV.

 

Números do Erasmus+ e da Estratégia Europa 2020

No diálogo com alunos, professores e diretores de escolas de diferentes países representados, o Eurodeputado sublinhou que, apesar das limitações orçamentais e legislativas, a UE tem procurado canalizar  recursos importantes para a formação, nomeadamente através do ERASMUS+.

Lembrando que a Estratégia Europa 2020 tem a juventude e a educação como prioridades centrais, José Manuel Fernandes indicou o objetivo da UE em baixar as taxas de abandono escolar precoce para níveis inferiores a 10% e trabalhar para que, pelo menos, 40% da população entre 30-34 anos de idade conclua um curso do ensino superior ou equivalente.

Relator do Parlamento Europeu para o Orçamento da União Europeia deste ano e envolvido nas negociações para o Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020, o Eurodeputado frisou ainda que os montantes disponíveis para a juventude foram aumentados em cercado 40% comparativamente a 2007-2013.

Deixou ainda números explícitos sobre o Erasmus+, que tem um envelope financeiro de 14,7 mil milhões de euros para o período 2014/2020. Apoia vários setores da educação, da formação e da juventude. Pretende promover a aprendizagem ao longo da vida, reforçar as qualificações, aumentar as oportunidades de emprego, combater a exclusão social, incentivar a cidadania ativa.

Até 2020, o Erasmus+ vai permitir que mais de 2 milhões de estudantes do ensino superior participem em programas de mobilidade; vai envolver mais de 500.000 jovens em ações de voluntariado e em intercâmbios de juventude; e vai proporcionar mais de 650.000 oportunidades de estágios ou aprendizagem profissional no estrangeiro.

José Manuel Fernandes indicou ainda que o Erasmus+ vai também permitir que cerca de 800.000 educadores e profissionais que trabalham com jovens possam contactar com novos métodos de ensino e aprendizagem no estrangeiro.

Por isso, o Eurodeputado concluiu que “o Erasmus+ é um programa que procura já responder aos problemas que foram identificados neste projeto “One is too many”, designadamente no que tem a ver com “a necessidade de proporcionar aos alunos e aos docentes mais experiências e contactos com o mercado de trabalho, com a atividade profissional que se pretende seguir, incluindo experiências noutros países”.