A União Europeia deve avançar rapidamente com iniciativas legislativas de forma a assegurar a melhor preparação das crianças para o cada vez mais livre e maciço acesso à internet e aos meios de comunicação. A ideia foi defendida hoje pelo eurodeputado José Manuel Fernandes, durante as ‘Jornadas Internacionales de Estudio y Debate sobre Europa’ que decorreram em Santiago de Compostela.
José Manuel Fernandes defendeu que “deve ser instituída logo no primeiro ciclo uma área de formação especificamente vocacionada para a problemática da Internet e dos meios de comunicação”. Uma situação que se torna ainda mais premente no caso de Portugal, onde têm sido distribuídos computadores aos alunos do primeiro ciclo.
‘Segurança e Responsabilidade’ é o título sugerido para a nova área educacional, que pode ser integrada no âmbito da formação cívica e deverá contar também com professores devidamente preparados para esta problemática. Nesse sentido, o eurodeputado do PSD promete interpelar a Comissão Europeia, no sentido de avaliar a concretização da iniciativa à escala europeia, já que se trata de “uma questão com dimensão global e que exige cooperação transnacional”.
“Há muito trabalho a fazer no que toca a garantir segurança e responsabilidade na área das novas tecnologias, e com particular destaque no que toca à protecção de crianças e jovens”, sustentou José Manuel Fernandes, que presidiu ao painel subordinado ao tema ‘As novas tecnologias ao serviço da pessoa e os meios de comunicação’ (“Las nuevas tecnologias al servicio de la persona y los medios de comunicación”), na Faculdade de Geografia e História.
A necessidade de salvaguardar os interesses e a segurança dos cidadãos, sobretudo as crianças e jovens, foi a questão central de um debate em que participaram também Guillermo Cánovas (presidente da Asociación Protégeles, Luis Garcia Soto, da Universidad de Santiago, Alfonso Cabalero Durán, secretario general de médios da Xunta de Galicia, e Francisco Campos Freire, da Universidad de Santiago.
O eurodeputado José Manuel Fernandes salientou que “as vantagens da democratização e liberdade de comunicação e informação propiciadas pelas novas tecnologias” vieram acompanhadas de “grandes riscos para crianças e jovens, algo que persiste em não ser devidamente acautelado”.
“Verifica-se uma grande facilidade de acesso a páginas racistas, xenófobas, pornográficas e de outros géneros de violência, sem que os utilizadores – de que são exemplo gritante as crianças – disponham de um mínimo de formação que lhes permitam encarar essa realidade com racionalidade ou consciência avalizada”, sustentou o eurodeputado.
Em seu entender, é importante que também as universidades “acompanhem e participem neste processo, viabilizando a formação adequada de professores para esta área”.
Na sua intervenção, José Manuel Fernandes salientou o contributo da União Europeia para a liberdade, igualdade, solidariedade, segurança e prosperidade, face ao desafio da Globalização. Valores que o eurodeputado considerou estarem igualmente associados a Santiago de Compostela e aos seus caminhos de peregrinação.