Mesa redonda com eurodeputado Francisco Assis e autarca José Maria Costa, em Barroselas – Viana do Castelo
O Eurodeputado José Manuel Fernandes defendeu hoje a União Europeia como "o melhor modelo de desenvolvimento económico, humanista e social do mundo, sem que isso possa significar que estejam, revolvidos todos os problemas e males da sociedade".
Para isso, fez questão de realçar um conjunto de "factos" e não opiniões ou estados de alma, como fez questão de frisar numa mesa redonda em Barroselas, Viana do Castelo, que juntou também o eurodeputado Francisco Assis e o presidente da Câmara de Viana do Castelo, José Maria Costa.
Integrado nas jornadas culturais organizadas pela associação N-Cooltura, o debate sobre "Europa: (sempre) na encruzilhada" evidenciou o papel que a UE tem desempenhado, não apenas no campo económico e comercial, mas também ao nível da defesa e promoção de valores, como a liberdade, a dignidade humana e o ambiente, no resto do mundo.
Contextualizando "os números e os factos" sobre progresso económico e justiça social da UE no mundo, José Manuel Fernandes sublinhou que, além de ser a região que produz mais riqueza no mundo, a União Europeia é também a que garante maior equidade social, solidariedade e combate à pobreza.
"É aqui que se vive melhor no mundo, com mais qualidade, justiça, garantia dos direitos individuais e proteção do ambiente, mas isso não significa que não há ainda muito a trabalhar a fazer e não deixamos de ter problemas e desafios sérios a vencer", afirmou o Eurodeputado do PSD, numa posição que mereceu a unanimidade do painel de intervenientes moderado pelo professor universitário e presidente da Associação Portuguesa de Geógrafos, Rio Fernandes.
O Eurodeputado José Manuel Fernandes alertou, contudo, que a União Europeia corre hoje riscos, designadamente de fações nacionalistas, que podem pôr em causa a capacidade de atuar como fator de progresso e desenvolvimento no contexto global.
Nesse sentido, vincou que há desafios que não podem ser superados através do restabelecimento de fronteiras e cada país por si, isoladamente. É o caso do combate às alterações climáticas, ao terrorismo e à evasão fiscal.
José Manuel Fernandes defendeu também a importância de trabalhar em conjunto para a promoção de valores, nomeadamente da paz, que "cada vez percebemos melhor não pode ser dada como garantida".
O eurodeputado do PS Francisco Assis realçou a importância dos "factos apresentados que desmentem críticos do modelo de desenvolvimento da Europa", que tentam tirar partido do crescente nível de qualidade de vida e de exigência dos cidadãos europeus. Chamou a atenção que "não pode ser atribuída culpa à União Europeia por haver países que preferem regimes menos democráticos ou até ditaduras, apesar de ser a UE quem mais faz no mundo para a defesa e a projeção de valores, como a democracia e liberdade, a dignidade humana, a justiça social ou a proteção do ambiente".
"A União Europeia tem um efeito multiplicador dos seus valores, o que permite que o mundo esteja hoje muito melhor", defendeu Francisco Assis, denunciando os críticos da Europa, que falsamente acusam a UE de pouco ou nada fazer pelo resto do mundo, ao mesmo tempo que se queixam de a UE impor o seu modelo de desenvolvimento ao recusar fazer acordos comerciais com ditaduras e regimes que não respeitam os valores humanistas e de defesa do ambiente.
Dar "o pontapé de saída para a discussão sobre a Europa através de um debate que cruza as instâncias europeias com o poder autárquico e o cidadão comum" foi o objetivo da iniciativa promovida pela associação N-Cooltura, que envolve o Núcleo Promotor do Auto da Floripes 5 de Agosto e pelas autarquias das freguesias vianenses do Vale do Neiva: Vila de Punhe, Mujães e Barroselas e Carvoeiro.