Artigo de Opinião, Opinião Recente

Investigação e Solidariedade

In Villas & Golfe

A investigação científica é fundamental para vencermos os desafios globais, como o combate às alterações climáticas, a escassez de recursos naturais, as pandemias. O programa europeu de investigação para 2021/2027 denominado Horizonte Europa terá uma dotação orçamental de mais de 95 mil milhões de euros. É uma mais-valia que contribui para a competitividade da União Europeia (EU) e para a melhoria da qualidade de vida dos nossos cidadãos.

Felizmente, já temos várias vacinas para a COVID-19. O que normalmente demora 10 anos foi conseguido em 10 meses, graças a um fortíssimo financiamento do orçamento europeu.

Na União Europeia, a Comissão assumiu a compra de vacinas em doses suficientes para todos os Estados-Membros. Esta atitude demonstrou solidariedade e coragem. A competência na área da saúde é nacional, o que poderia ter dado origem a que cada um avançasse individualmente para a aquisição das vacinas. Tal teria levado a uma guerra de preços e a uma quebra de solidariedade que seria incompreensível para os cidadãos europeus, uma vez que os Estados-Membros mais pobres só teriam acesso à vacina depois dos mais ricos e mais fortes.

As metas traçadas para a vacinação dos europeus é muito ambiciosa e elevou as expectativas. Pretende-se que pelo menos 70% da população adulta seja vacinada até ao verão, o que é ainda possível de atingir. A Comissão também tinha lançado o desafio de que pelo menos 80% dos profissionais do setor social e da saúde, assim como a população com mais de 80 anos, tivessem sido vacinados até ao fim de março, o que não foi conseguido. A vacina, para ser aprovada pela Agência Europeia do Medicamento, tem de ser segura e eficaz, o que demora tempo.

Nesta área, o investimento na investigação salva vidas e ajuda a economia. A UE não pode esquecer o seu papel no mundo global. E é nosso dever apoiar o fornecimento de vacinas em doses suficientes para os países mais pobres, nomeadamente os do continente africano. Nem sempre temos a perceção de que a UE é o maior doador mundial e quem mais ajuda os países em desenvolvimento. Vamos continuar a praticar, com ações concretas, a solidariedade.