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Governação socialista: Portugueses mais pobres

in “jornal Novo”, 09/12/2023

Em Portugal, a governação socialista aumentou o número de pobres e agravou as desigualdades entre pessoas e territórios. A pandemia COVID-19 e a guerra na Ucrânia afetam todos os países. No entanto, Portugal foi o único país na UE onde o rendimento médio desceu de 2021 para 2022. Há uma ideologia que tenta nivelar por baixo, o que leva ao empobrecimento de todos e prejudica sobretudo os mais pobres. O caos no Sistema Nacional de Saúde obriga os portugueses a fazerem seguros privados. A falta de professores no ensino público obriga as famílias a colocarem os filhos nos colégios privados. Estes portugueses são duplamente penalizados, uma vez que são sobrecarregados pela maior carga fiscal de sempre e, mesmo assim, não usufruem de serviços públicos básicos, tendo de os pagar “pela segunda vez”. Mas são as famílias mais pobres que mais sofrem, pois são aquelas com menos condições financeiras para pagar seguros de saúde ou colégios privados. Os territórios com menos população têm sido desprezados pelo Governo, como provam os montantes a eles destinados pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

O Governo socialista não tem desculpas, usufruía de uma maioria absoluta na Assembleia da República e de uma chuva de milhões de euros vinda da Europa,. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2022 aumentaram o número de portugueses em situação de pobreza. Note-se que, na UE, quem tiver menos de 60% do rendimento mediano está numa situação de pobreza. Tal significa que quando o rendimento mediano se aproxima do rendimento mínimo, automaticamente o número de pessoas em situação de pobreza desce, ainda que todos fiquem mais pobres. Com a ideologia socialista em curso há uma forma de – estatisticamente – se acabar com pessoas em situação de pobreza: bastaria o rendimento mediano igualar o rendimento mínimo. Em 2021, os portugueses com rendimento médio de 918 euros por mês estariam numa situação de pobreza em 11 Estados-Membros da UE (Luxemburgo, Dinamarca, Países Baixos, Irlanda, Áustria, Bélgica, Suécia, Finlândia, Alemanha, França e Itália). Note-se que, atualmente, em Portugal o limiar de pobreza está nos 591 euros mensais enquanto que no Luxemburgo está nos 2.265 euros por mês. No Luxemburgo está numa situação de pobreza quem ganha mais do dobro do rendimento médio de Portugal!

Em 2022, houve um agravamento da intensidade da pobreza que passou a ser  25,6%, um valor superior aos 21,7% de 2021. Os idosos estão mais expostos ao risco de pobreza.  Há cerca de 1.7 milhões de reformados com pensões abaixo do salário mínimo nacional. Hoje, o valor de referência do Complemento Solidário Idosos é de 488,22 euros, valor que está abaixo dos 591 euros mensais do limiar de pobreza. Por isso, é de aplaudir a proposta justa de Luís Montenegro para que, até final da próxima legislatura, o complemento solidário para idosos passe para 820 euros.