Eurodeputado José Manuel Fernandes em inauguração de antena de informação europeia em Amares: “é urgente garantir condições para uma estabilidade que permita ao Reino Unido e à União Europeia seguirem os seus caminhos”
O eurodeputado José Manuel Fernandes defendeu hoje que a decisão do Reino Unido sair da União Europeia deve ser encarada como “uma oportunidade para reforçar e tornar mais sólido o projeto europeu”, ajudando a assegurar “mecanismos para que se compreenda melhor os sucessos e se desenvolva respostas corajosas aos problemas e desafios”.
Intervindo na inauguração de uma nova antena de informação europeia em Amares, José Manuel Fernandes sublinhou que, “conhecida a decisão do povo britânico e conscientes da sua irreversibilidade, será bom que a saída do Reino Unido seja consumada o mais rapidamente possível”.
Em seu entender, “é urgente garantir condições para uma estabilidade que permita ao Reino Unido e à União Europeia seguirem os seus caminhos e definirem as melhores estratégias para o desenvolvimento de cada um dos lados”.
“Para isso, é fundamental estabilidade política”, sublinhou o eurodeputado, fazendo também uma referência ao caso do concelho de Amares e um elogio à postura do presidente da Câmara Municipal, Manuel Moreira, que participou também na cerimónia, que decorreu na Galeria de Artes e Ofícios de Amares.
“Perante uma situação de instabilidade partidária, o presidente da Câmara de Amares, não hesitou em assumir uma preocupação prioritária em garantir estabilidade política para viabilizar a governabilidade do município e defender o trabalho público a favor das populações”, explicou José Manuel Fernandes.
Na inauguração da antena de informação resultante de um protocolo entre o Município de Amares e o Centro de Informação Europe Diretc do IPCA – Instituto Politécnico do Cávado e Ave, o eurodeputado fez ainda questão de sublinhar os sucessos da União Europeia. E lamentou que a UE esteja a ser “vítima dos seus próprios sucessos, como a paz, a democracia, a liberdade, os direitos sociais, a defesa do ambiente e da dignidade humana”.
“Juntos somos capazes”, vincou José Manuel Fernandes, reclamando uma estratégia de comunicação mais eficaz para que os cidadãos percebam melhor as vantagens da União Europeia, em detrimento dos nacionalismos e egoísmos que vão ganhando força na Europa graças a discursos populistas e carregados de facilidades ilusionistas.
Nesse sentido, sublinhou a oportunidade de iniciativas como a antena de informação europeia, que disponibiliza a todos os cidadãos material informativo sobre diferentes matérias da UE, conforme explicou Patrícia Gomes, vice-presidente do IPCA, e Alzira Costa, diretora do CIED.
José Manuel Fernandes fez questão de justificar a importância da informação para o futuro da UE: “No referendo do Reino Unido, a esmagadora maioria dos jovens e das classes mais instruídas eram a favor da permanência na UE. E para se perceber melhor como esta decisão pode ter pouco de racional, apesar de inequivocamente legítima e inquestionável, bastará verificar que o Partido Comunista Português rejubilou-se coma vitória do ‘Brexit’, cujas motivações foram assentes em argumentos de extrema-direita, como a luta contra a imigração, contra a solidariedade e contra direitos sociais, sendo antes a favor de maior desregulação dos mercados”.
Reiterando a convicção de que Portugal e os restantes estados-membros “têm mais a ganhar com uma Europa unida”, o eurodeputado e coordenador do PPE na comissão dos orçamentos não deixou de reconhecer a coexistência de imensos riscos na UE atual e da inevitabilidade de perdas para os ambos os lados com a saída britânica. Mas defendeu que os riscos de desagregação e os efeitos de visões nacionalistas poderão ser maiores do lado do Reino Unido, do que da própria União Europeia.