Um grupo de 38 empresários ou gestores portugueses e lusodescendentes foi detido na Venezuela por determinação do regime de extrema-esquerda liderado pelo ditador Nicolas Maduro. São acusados de não porem à venda produtos nos supermercados que gerem naquele país e promoverem especulação comercial por praticarem preços acima da tabela decretada pelas entidades governamentais.
No mais aberrante estilo populista que caracteriza a atuação política do ditador venezuelano, foi o mecanismo encontrado para tentar ilibar a sua própria governação e responsabilizar supostos ‘capitalistas’ e estrangeiros pela falta de alimentos e outros bens de primeira necessidade no país.
O regime de extrema-esquerda fundado por Hugo Chávez e prosseguido por Nicolas Maduro usa e abusa de discursos a falar de defesa dos interesses do povo para agravar as dificuldades e empobrecer ainda mais esse mesmo povo. Conseguiu destruir um país de reconhecidas potencialidades e enormes recursos naturais, com maior evidência na exploração petrolífera, e que atraiu mesmo milhares de estrangeiros, nomeadamente portugueses e outros europeus, que rentabilizaram oportunidades de negócio e ajudaram o país a crescer e desenvolver-se.
Desde a instalação do regime ‘chavista/maduro’, a população venezuelana vive há vários anos em situação de miséria e pobreza extrema, enquanto a elite política do poder açambarca todos os recursos e adota estilos de vida fausta – situação que foi confirmada de forma mais escandalosa na recente visita de Maduro à Turquia, através de um repasto tão luxuoso como condenável.
Apesar disso, a ditadura de Nicolas Maduro tem beneficiado em Portugal da proteção do Bloco de Esquerda e do PCP. Como se fosse possível distinguir entre ditaduras boas e más, estes partidos da extrema-esquerda portuguesa têm-se recusado em apoiar todas as ações de condenação do regime venezuelano – ao contrário do que fazem em relação a outros regimes e políticas ditatoriais que considerem ser de direita.
Por força da gestão da geringonça que suporta o governo PS e a própria sobrevivência política de António Costa, o Estado português tem assumido uma postura – no mínimo – condescendente em relação aos abusos do regime venezuelano de Maduro.
É uma postura incompreensível e inaceitável – não apenas ao nível político e da defesa da democracia e da liberdade, mas até do ponto de vista da dignidade humana. E torna-se tanto mais aberrante quanto está em causa a obrigação do Estado português em defender cidadãos nacionais de atrocidades noutro país com o qual Portugal mantém relações diplomáticas.
Visivelmente inibido de promover uma reação firme e determinada – como reconhecidamente se impõe na prática, e nunca pelo mero discurso de circunstância –, o governo socialista optou por acordar com o regime venezuelano uma visita do Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas à Venezuela, já em outubro. O objetivo oficial – de acordo com o próprio Ministro dos Negócios Estrangeiros – é manter um “diálogo profundo” e “aprofundar o conhecimento e a ação nesta situação”.
Trata-se de uma iniciativa que se enquadraria mais numa inusitada tentativa de ajudar ao reconhecimento internacional e validação de um regime – no caso a ditadura de Maduro –, do que propriamente condenar a violação do direito e da justiça e defender os cidadãos portugueses.
Esta iniciativa do governo socialista – que já havia recusado acompanhar os restantes Estados-Membros da UE no pedido do Reino Unido para medidas diplomáticas contra a Rússia no âmbito da tentativa de envenenamento do ex-espião Sergei Skripal e da filha em território britânico – é mais um frete a BE e PCP pelo apoio parlamentar que viabiliza a atual situação governativa.
Aliás, se no centro das preocupações do governo socialista de António Costa não estivesse a prioridade eleitoralista e a gestão do apoio da extrema-esquerda, seguramente não optaria por promover encontros amigáveis com os representantes do regime de ditadura e opressão venezuelana. Já no ano passado os espanhóis se queixavam de Portugal por colocar entraves na UE à aplicação de sanções à Venezuela, o que entretanto o Ministro dos Negócios Estrangeiros veio negar.
Infelizmente, para este governo socialista dominado pelos interesses da extrema-esquerda, sobrepõem-se os valores eleitoralistas e de sobrevivência política.
Gosto
• Os municípios do Minho estão a apostar na modernização e na melhoria das condições de mobilidade urbana, através de ecovias, ciclovias e sobretudo do reforço das redes de transportes públicos e aposta em autocarros elétricos, como acontece em Braga, Viana e Barcelos.
• Os cantares ao desafio vão ser alvo de uma candidatura a Património Imaterial da Unesco. A iniciativa é liderada por Augusto ‘Canário’, com apoio do município de Viana do Castelo. Trata-se de uma arte, inata e única no mundo. O seu reconhecimento valoriza as nossas tradições.
Não-Gosto
• É de uma absoluta irresponsabilidade e de uma incompetência atroz o comportamento do governo PS de António Costa no processo da anunciada e falhada transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto. Tomou a iniciativa de anunciar oficialmente a mudança. Nove meses depois quer lavar as mãos e passar para a Assembleia o ónus da sua própria incapacidade. Um processo que só vem comprovar a leviandade com que o governo PS sempre encarou a falhada candidatura para Portugal receber a Agência Europeia do Medicamento que sai do Reino Unido.
• Segundo o Relatório Social do Ministério da Saúde, aumentaram as faltas ao trabalho dadas pelos profissionais de saúde: um total de quase 3,8 milhões de dias em 2017. Desmotivação, conflitualidade no setor e mal-estar dos profissionais são as razões apontadas para uma situação que confirma o agravamento da deterioração da Saúde em Portugal.