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Saída da crise impõe mais integração política na União Europeia

“A Europa não se fará de um golpe, nem numa construção de conjunto: far-se-á por meio de realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto”.

A actualidade desta afirmação, que faz parte da declaração Schuman datada de 9 de Maio de 1950 e que esteve na base da constituição da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), marcou as intervenções do eurodeputado José Manuel Fernandes no âmbito de uma jornada levada hoje a efeito em diferentes estabelecimentos escolares do Minho, que assinalaram as comemorações do Dia da Europa.

A jornada começou na Escola Profissional de Fermil, no concelho de Celorico de Basto, passou pela Escola Secundária de Maximinos, em Braga, e encerrou à noite, perante alunos dos cursos de formação de adultos e novas oportunidades da Escola Secundária das Taipas, Guimarães.

A par da descrição das competências e responsabilidades do Parlamento Europeu e de um eurodeputado, José Manuel Fernandes deu conta da evolução do processo de construção europeia e dos novos desafios provocados pela actual crise económica e financeira.

Nesse contexto, o eurodeputado do PSD vincou a actualidade e a importância da integração europeia e aproveitou para realçar alguns programas de apoio à juventude e de integração no mercado de trabalho, com destaque para o projecto pré-designado como Erasmus 1º Emprego.

“Hoje, podemos afirmar que o projecto europeu atingiu o seu principal objectivo: a Europa tem garantido paz, liberdade e solidariedade”, sustentou o eurodeputado, ainda que tenha deixado críticas à forma demorada como a Europa reagiu perante uma crise financeira que se transformou na actual crise económica e social.

José Manuel Fernandes defende agora o reforço da integração europeia como “único caminho” para superar a crise.

“A minha opinião é que ou há mais integração política ou haverá desintegração. Mas a desintegração será um retrocesso, o fim do projecto Europeu, de paz, crescimento económico, solidariedade”, explicou, expressando a defesa de mecanismos de coordenação e regulação mais apertados no mercado financeiro mundial.

O combate à pobreza e exclusão social, o princípio de solidariedade que deve imperar na relação entre estados-membros e a problemática das alterações climáticas foram outros dos temas abordados nas sessões com os alunos.

José Manuel Fernandes vincou ainda a necessidade urgente de Portugal alterar a actual situação de desperdício de fundos dos programas comunitários, sublinhando que é dinheiro disponibilizado e não utilizado que poderia ser determinante para a revitalização da economia nacional.

Esclareceu ainda a sua oposição às grandes obras públicas, preferindo a aposta no apoio às pequenas e médias empresas e em investimentos de execução mais imediata e que favoreçam o emprego.