Com o objectivo de reverter a actual degradação ambiental e promover uma melhor qualidade de vida, o Eurodeputado José Manuel Fernandes alerta para a importância do trabalho a desenvolver junto dos mais jovens e nas escolas. É uma estratégia decisiva para influenciar a mudança de mentalidades e de hábitos por parte da população em geral, tendo em vista produzir menos lixo e salvaguardar os melhores mecanismos de tratamento dos resíduos.
São princípios que estão consagrados no relatório de José Manuel Fernandes sobre gestão dos bio-resíduos na UE, aprovado pela Comissão do Ambiente do Parlamento Europeu, e que o eurodeputado destacou perante professores e alunos do ensino pré-escolar e do primeiro ciclo do Agrupamento de Escolas da Ribeira do Neiva, no concelho de Vila Verde.
“As crianças têm um grande poder de persuasão sobre os adultos, nomeadamente os pais, até porque estamos a falar de educação e regras de civismo que são determinantes para o sucesso da recolha selectiva dos resíduos e para o futuro do Planeta e de cada um nós”, sustentou José Manuel Fernandes, convidado a apadrinhar a apresentação pública de dois livros ‘gigantes’ que os pequenos alunos elaboraram sobre os melhores hábitos ambientais e processos de separação e tratamento de lixos, no âmbito do projecto denominado ‘Crescer Verde’.
Numa sessão que contou ainda com as participações do presidente da Câmara de Vila Verde e do director-geral da empresa intermunicipal de tratamento de resíduos ‘Braval’, José Manuel Fernandes realçou a necessidade de “incentivar a gestão sustentável dos bio-resíduos e sensibilizar os cidadãos para a prevenção dos resíduos e para as vantagens da recolha selectiva”.
Lembrando uma das recomendações expressas no relatório sobre a gestão dos bio-resíduos na União Europeia, o Eurodeputado reforçou a exortação à Comissão Europeia e aos Estados-Membros para promoverem “acções de sensibilização ambiental no domínio dos bio-resíduos e, em particular, nas escolas”.
Perante os pequenos alunos da Ribeira do Neiva, José Manuel Fernandes chamou a atenção para as quantidades crescentes de resíduos que continuam incessantemente a ser geradas. “Estima-se que a quantidade de bio-resíduos gerada anualmente na União Europeia é de entre 76,5 e 102 milhões de toneladas de resíduos alimentares e de jardim e de 37milhões de toneladas de resíduos da indústria alimentar e das bebidas”, explicitou.
Por isso, considera que “a primeira prioridade deve ser a prevenção”, o que significa “redução dos resíduos”. Em seu entender, conseguir-se-ia, dessa forma, “elevados ganhos ambientais e económicos”. E frisou que “a prevenção deve ser interpretada em sentido amplo, na acepção de que o melhor resíduo é aquele que não existe ou que nem nele se venha a transformar”.
Outro objectivo estratégico da política de gestão de resíduos tem de assentar numa sociedade de reciclagem. “O enorme volume de resíduos gerado diariamente não pode ser desperdiçado”, disse o eurodeputado, justificando a recomendação para que a Comissão Europeia avance com uma directiva que imponha a obrigatoriedade da recolha selectiva e tratamento dos bio-resíduos nos Estados-Membros.
“A valorização de resíduos passa pelo papel importante dos bio-resíduos no combate às alterações climáticas e pelo seu potencial valioso como protectores do solo e de fomento à produção de energias renováveis”, declarou o eurodeputado, explanando diversos exemplos de boas acções que podem ajudar a preservar o meio ambiente.