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O radicalismo de esquerda: mais pobres, pior educação

in “jornal Novo”, 23/12/2023

Em Portugal, a ideologia radical de esquerda aumentou a pobreza, está a levar o Serviço Nacional de Saúde para o caos e piorou a educação pública. O sistema educativo é crucial para promover a igualdade de oportunidades e reforçar a nossa competitividade. Temos de valorizar os professores e introduzir mérito, rigor e exigência no ensino. Na edição do PISA de 2022, os resultados dos alunos em Portugal sofreram uma queda sem precedentes. Nesta que é a maior avaliação internacional na área da educação, os alunos portugueses pioraram o seu desempenho em todas as áreas analisadas: matemática, leitura e ciências. O Governo socialista já veio afirmar que a culpa foi da pandemia. Acontece que a pandemia teve consequências à escala global, mas foi Portugal que teve das maiores quedas. O desastroso resultado de Portugal resulta da acumulação de vários fatores: a desmotivação da classe docente, a falta de professores que deixa milhares de alunos sem aulas, o fim dos exames nacionais e a diminuição do rigor e da exigência. 

Os professores têm razão na luta para que o tempo de serviço seja contado. É inaceitável e insultuosa a forma como o Governo socialista trata os professores. O Ministro da Educação mostrou-se sempre contra a reposição de serviço dos professores mas, agora que há eleições, veio afirmar que temos de avançar para a contagem do tempo de serviço! 

A carreira docente tem de ser atrativa. Precisamos dos melhores a lecionar. Na última década, os salários dos professores portugueses foi dos que menos subiu quando comparado a outros países europeus. Entre 2009/2010 e 2020/2021 o salário médio anual de um professor português em início de carreira registou um aumento de apenas 5%. Abaixo de Portugal encontra-se apenas o Chipre e a Turquia. A educação permite diminuir desigualdades, enfrentar as mudanças com confiança, reforça a coesão, a competitividade e  a produtividade. A escola pública é essencial para permitir o funcionamento do elevador social. O radicalismo socialista em curso degradou a escola pública, empurrando os alunos para o privado. Saímos todos prejudicados: as famílias que matriculam os filhos no ensino privado pagam impostos elevados, mas não beneficiam de um sistema de ensino público de qualidade, e voltam a ter de pagar no privado. As famílias mais pobres não têm sequer alternativa e são obrigados a colocar os filhos no ensino público. 

O ensino público precisa de previsibilidade, planeamento e investimento. O Governo socialista não planeia nem oferece confiança. Na construção de narrativas, na ilusão e no passar culpas o socialismo radical é imbatível. Nas proclamações e na propaganda são fortes. O problema é que a ação e os resultados são contrários às promessas e proclamações. A ideologia radical e socialista associada à incompetência avariou o elevador social em Portugal.