Artigo de Opinião, Opinião Recente

MUNDO LIVRE E JUSTO

Defendo um mundo aberto, tolerante e justo, onde cada pessoa seja livre, tenha qualidade de vida e igualdade de oportunidades. Infelizmente, à escala global, as democracias estão a ser atacadas e minadas! Os valores da democracia, Estado de Direito, liberdade, defesa da vida e da dignidade humana são alvo de violações e ataques permanentes. Até no seio da União Europeia estes são «beliscados» e – claramente – colocados em causa por alguns Estados-Membros – como a Hungria. Prova disso é que, na UE, fomos «obrigados» a aprovar um regulamento que preveja a suspensão – no limite, o corte – dos fundos destinados a Estados-Membros que violem estes princípios fundamentais. É lamentável esta necessidade. O respeito pelos valores europeus não é uma opção, é uma obrigação para quem pretende pertencer à UE. Para aderir à UE há que respeitar esses valores. Não são aceitáveis nem admissíveis quaisquer retrocessos por parte dos Estados-Membros nestas matérias.

Temos de fazer de tudo para fortalecer a democracia e os valores europeus e nunca os dar por – absolutamente – adquiridos. Eles são o nosso chão comum: é a partir deles que temos de construir o desenvolvimento e o progresso. A invasão russa à Ucrânia, uma agressão injustificável e inaceitável, é um ataque aos nossos valores, ao nosso modo de vida, à liberdade. Os apoiantes da Rússia são, todos eles, ditadores. As democracias têm a obrigação de se unirem e de se protegerem. Na UE, os extremismos de esquerda e de direita autoalimentam- se e minam as nossas democracias. As redes sociais agravam os extremismos e diminuem a perceção das vantagens das democracias e da força do estado social europeu. Nelas, as notícias falsas proliferam, o discurso de ódio é potenciado e, neste sentido, há que priorizar o reforço da literacia digital.

Tenho insistido repetidamente: o mundo livre precisa de moderados e de líderes. No entanto, temos – apenas – governantes egoístas, que decidem em função da sondagem, condicionados pelas redes sociais, e lutam apenas pela sua própria sobrevivência política. Só em democracia e liberdade é que venceremos os desafios, construiremos a Paz e, consequentemente, um mundo mais justo, sustentável e com mais qualidade de vida para todos os cidadãos.