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A TAP – Inimputabilidade e desfaçatez

Os governantes socialistas consideram-se politicamente inimputáveis. Um governo do PSD nunca teria sobrevivido à tragédia de Pedrógão Grande nem aos escândalos a que ultimamente temos assistido. Há – e sempre houve – uma complacência enorme da população e da comunicação social para com a incompetência, a arrogância e a prepotência dos governos socialistas. O que teria acontecido eleitoralmente ao PSD se tivesse levado Portugal à bancarrota ou se tivesse um primeiro-ministro que fosse detido e acusado?

Reconheço que António Costa e os socialistas são óptimos na arte da farsa e do disfarce; na venda de gato por lebre; na manipulação dos números e na construção de narrativas, mesmo que totalmente desmentidas pela realidade. Foram eles que levaram Portugal à bancarrota, mas são eles que se auto-intitulam homens das “contas certas”. À austeridade chamam “contenção” e, quando há trapalhadas, nunca sabem de nada. Os números, esses, são lidos, filtrados e torturados com a criatividade e a elasticidade necessária para “demonstrarem” o que é pretendido. Os actuais socialistas diminuíram o rendimento dos portugueses através de um brutal aumento de impostos, mas dizem que devolveram rendimentos. Agora, a inflação empobreceu ainda mais os portugueses. Descaradamente, afirmam que não aumentam os salários para proteger os portugueses! Segundo o ministro das Finanças, Fernando Medina, o aumento dos salários “acrescentava um motor à inflação”. Está aqui mais uma prova de que um governante socialista pode afirmar “por inteiro” aquilo que um governante do PSD nunca poderia dizer “por metade”.

Tudo o que acabo de referir ficou demonstrado nas primeiras audições da comissão de inquérito parlamentar à TAP. Não há competência, não há brio nem há defesa do interesse público por parte do Governo. Por imposição de António Costa, os contribuintes portugueses deram 3.200 milhões de euros à TAP, que estão a ser desbaratados. Não há respeito nem consideração por quem paga impostos! Ficamos a saber que os governantes decidiram através do WhatsApp a famosa indemnização de meio milhão de euros a uma gestora da TAP, chegando ao cúmulo de considerarem que “era pouco”! Provou-se que Pedro Nuno Santos mentiu quando afirmou que não sabia da indemnização que ele próprio tinha autorizado! É de um enorme descaramento que tenha pedido esclarecimentos à TAP relativamente a este assunto, por que era responsável e que conhecia melhor do que ninguém. Tomámos conhecimento de que a administração da TAP, o Governo e deputados do PS combinaram e prepararam a audição que se realizou no âmbito da comissão parlamentar que inquiriu a CEO da companhia aérea portuguesa! É a promiscuidade total! Para o PS, vale tudo!