As eleições autárquicas são as que têm menor taxa de abstenção, as que envolvem mais candidatos, obrigam à proximidade e, por isso, constituem um hino à democracia.
Temos excelentes autarcas em Portugal. Nem sempre temos consciência da mais-valia do trabalho do autarca para a coesão social e económica. Nem sempre valorizamos o trabalho fundamental dos presidentes de Junta, que estão sempre na primeira linha de apoio à população e aos que mais precisam. Esta é a regra que as excepções confirmam. Temos cada vez mais mulheres e mais jovens a exercerem funções autárquicas, o que se traduz num acrescento de qualidade, sensibilidade e inovação.
Nas eleições do passado dia 1 de Outubro, a abstenção a nível nacional baixou de 47,4%, em 2013, para 45,04%, em 2017. Ainda é demasiado elevada, quase metade dos portugueses não foi votar, mas o sentido descendente é sempre positivo e é importante assinalar. Também muito importante e algo que nos deve deixar satisfeitos é que no Minho a abstenção foi muito menor do que a nível nacional. No distrito de Braga a abstenção foi de 35,65% e no distrito de Viana 41,22%. A participação foi assim muito superior à nacional e constituiu um aumento relativamente aos números de participação de há 4 anos. Isto deve ser encarado como um incentivo aos partidos e organizações políticas para o combate ao abstencionismo. Mas não são apenas os apelos ao voto que fazem a diferença, não tenhamos dúvidas que a qualidade dos candidatos da nossa região contribuiu para a diminuição dos números da abstenção.
Falando em termos partidários, o PSD teve um resultado extraordinário no distrito de Braga. Sozinho ou em coligação o PSD teve mais votos e mais mandatos, ao nível das Câmaras Municipais, das Assembleias Municipais e das Assembleias de Freguesia. O PSD conseguiu aumentar assim o número de presidências de Câmara, o número de votos e o número de eleitos, o que representa claramente o reconhecimento da população do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos pelos autarcas e da qualidade dos projectos e dos candidatos apresentados pelo PSD. A conquista das Câmaras de Terras de Bouro e de Amares, a manutenção de Câmaras como Póvoa de Lanhoso ou Celorico de Basto, e o reforço avassalador das maiorias em Braga, Vila Nova de Famalicão, Esposende, Vieira do Minho e Vila Verde são o sinal claro de que o PSD apresentou os melhores projectos e os melhores candidatos.
De notar que também em Viana do Castelo as conquistas das Câmaras de Monção e Ponte da Barca mostram que não só o distrito de Braga esteve em contraciclo nacional, mas todo o Minho.
Registo que na nossa região houve uma clara diminuição de votação do Partido Comunista, que perdeu votação e perdeu mandatos. Considero que esta diminuição é uma consequência da geringonça. O “abraço de urso” de António Costa está a asfixiar o PCP.
No entanto, a nível nacional o PSD não teve o resultado esperado. Depois de anunciados os resultados eleitorais, o líder do PSD, Pedro Passos Coelho, considerou que não tinha condições para continuar à frente do partido, sobretudo em virtude dos maus resultados obtidos em Lisboa e no Porto. Acontece que a responsabilidade dos resultados autárquicos tem de ser partilhada com as estruturas concelhias e distritais que gerem o processo da escolha dos candidatos. Todos sabemos que Pedro Passos Coelho recebeu Portugal muito perto da bancarrota e deixou-o livre da “Troika”, com acesso aos mercados e com a economia a crescer. O tempo há-de fazer-lhe justiça.
De resto, obrigado aos milhares de candidatos que decidiram participar, dar a cara em nome da sua terra. Obrigado por reforçarem a democracia!
Gosto
• A nossa seleção portuguesa de futebol apurou-se para o Mundial na Rússia de 2018, a nossa quinta qualificação consecutiva para mundiais. Agora que já só estamos habituados a alegrias ficamos à espera de mais uma!
• A Câmara Municipal de Arcos de Valdevez anunciou uma nova fase da obra de reabilitação do centro histórico, de cerca de 500 mil euros. Tal como na primeira fase, esta obra vai ser realizada no âmbito do Plano de Acão para a Reabilitação Urbana (PARU), ou seja, financiada por fundos europeus. Assim se vê o impacto directo da União Europeia na vida dos portugueses!
Não-Gosto
• A situação na Catalunha alcançou proporções inacreditáveis. A irresponsabilidade do Presidente da Região Autónoma que convoca um referendo ilegal e apela à revolução é sinal dos tempos de egoísmo que vivemos, mas a violência excessiva com que a polícia lidou com a situação no dia do referendo não veio ajudar à causa da união.
• A dívida pública portuguesa continua a aumentar e ultrapassou pela primeira vez a fasquia dos 250 mil milhões de euros. Este é um valor insustentável e o Governo tem que deixar de fugir das suas responsabilidades e assumir o compromisso de diminuir a dívida pública!