Sou um português assumidamente confiante nas capacidades e nas potencialidades do nosso país e das nossas gentes, um defensor acérrimo da nossa região, municipalista e, simultaneamente, um europeísta convicto. E em nada disso encontro qualquer incompatibilidade! Pelo contrário: é na valorização da nossa diversidade e das nossas diferenças que somos mais ricos e mais temos a ganhar. Neste contexto de uma globalização inequivocamente cada vez mais marcante nas nossas vidas quotidianas, é importante percebermos a necessidade de partilhar e unir esforços para podermos vencer os desafios e concretizar as nossas maiores ambições.
É com essa ambição que lanço anualmente a publicação “Pela Nossa Terra”, cuja oitava edição para o Minho foi publicamente apresentada na passada sexta-feira, em Arcos de Valdevez. É uma iniciativa que surge no âmbito do meu compromisso de proximidade, de defensor e promotor desta nossa região, enquanto deputado ao Parlamento Europeu. Como sempre, procuro incentivar a reflexão e o debate, abordando as realidades regional e europeia onde estamos integrados, de forma a aproveitarmos da melhor forma as oportunidades e os recursos de que dispomos, para superarmos necessidades, problemas e desafios.
Nesta edição, convido a partirmos de um olhar sobre o atual contexto da UE neste mundo global e refletirmos sobre os cinco cenários apontados pela Comissão presidida por Jean-Claude Juncker para o futuro desta construção europeia, com 27 Estados-Membros, face à saída do Reino Unido.
Como coordenador do PPE na Comissão dos Orçamentos, continuo a acompanhar de forma privilegiada a dinâmica orçamental da UE. Partilho preocupações e expectativas quanto ao futuro financiamento da União Europeia, numa altura em que estamos a trabalhar na definição do quadro financeiro e dos fundos pós-2020 – matéria de fundamental importância para os portugueses, para as nossas empresas e instituições.
Já para 2018, temos um orçamento europeu onde destaco o reforço de financiamento para o crescimento, investigação e inovação, o apoio aos jovens agricultores, ao emprego jovem e às PME. Enquanto relator e negociador do Parlamento Europeu para a revisão, o reforço e a ampliação do Fundo Europeu para Investimentos Estratégicos (FEIE), o chamado ‘Plano Juncker’, disponibilizo também informação sobre este instrumento que está a revelar-se um verdadeiro sucesso para a dinamização da economia europeia e que representa uma oportunidade para Portugal e, sobretudo, para as regiões mais desfavorecidas – onde destaco o interior.
Na abordagem à região, reitero as preocupações com a evolução negativa da nossa demografia, tanto ao nível de nascimentos como do saldo migratório, com impacto transversal nos municípios. É uma questão para a qual venho alertando há vários anos, porque a natalidade é o grande desafio que temos pela frente tanto na Europa como na nossa região.
Como faço anualmente, dedico um espaço aos nossos autarcas, incluindo presidentes de Câmara e Assembleia Municipal, vereadores e todos os presidentes de Junta eleitos em 2017 nas freguesias dos distritos de Braga e Viana do Castelo. Cumprem um trabalho inigualável de promoção e valorização da coesão territorial, económica e social, o que representa um fator fundamental para um desenvolvimento mais justo, sustentado e de qualidade a favor de todos os cidadãos.
Na área de agenda regional desta publicação, são ainda reeditadas datas previstas para eventos, festas e romarias da região e pensamentos diários, a par de um espaço dedicado à partilha de conteúdos da publicação “60 boas razões para a existência da UE – Por que motivos precisamos da União Europeia”, editado pela Comissão Europeia.
Não podemos perder os valores e os objetivos da fundação da União Europeia. Temos de ambicionar a Paz, consolidar a democracia, defender a liberdade, promover o desenvolvimento. Ninguém poderá ser deixado para trás. Só o conseguiremos juntos, com ações concretas, numa solidariedade de facto. Foi assim que se tornou possível concretizar o maior e mais ambicioso projeto de paz e de desenvolvimento económico e social alguma vez conseguido no Planeta, apesar de todas as ameaças e ataques que vemos diariamente a crescer sobre a União Europeia.
Gosto
• A primeira edição do Business Summit – Nova Economia a decorrer esta semana em Guimarães é mais uma prova do dinamismo do setor empresarial da nossa região. É fundamental promover o empreendedorismo e a sustentabilidade das nossas empresas, e este tipo de cimeiras permite a partilha de experiências e a criação de sinergias entre os empresários.
• Esta semana, aprovamos no Parlamento Europeu a proposta para o próximo Quadro Financeiro Plurianual, ou seja, os fundos e programas pós-2020. Esta proposta é excelente para Portugal. Propomos manter os envelopes da Política de Coesão e da Política Agrícola Comum que representam 11,5 milhões de euros por dia. Defendemos o aumento dos montantes para o Erasmus+, a iniciativa emprego jovem, a investigação e inovação, o apoio para as Pequenas e Médias Empresas.
Não-Gosto
• As polémicas com os processos envolvendo clubes de futebol nas últimas semanas têm invadido os nossos jornais e as nossas televisões. Na Grécia, o presidente do Paok entrou em campo com uma arma depois do árbitro ter anulado um golo à sua equipa. O Futebol tem de ser desporto e promoção de valores, e não violência ou corrupção.
• Pedro Passos Coelho anunciou que a sua volta à vida profissional passaria por dar aulas de Administração Pública e Economia em várias universidades, entre elas o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP). Vemos desde então, por razões ideológicas, um desfile lamentável de críticas a esta escolha. Como é que uma instituição de Ciências Sociais e Políticas pode queixar-se de ter, como professor, alguém que foi primeiro-ministro e salvou Portugal da bancarrota?