Eurodeputado José Manuel Fernandes alerta para evolução demográfica, em conferência organizada por clubes rotários em Braga
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O Eurodeputado José Manuel Fernandes defende que a União Europeia precisa de avançar, com urgência, para uma estratégia comum direcionada para a natalidade. Numa conferência rotária sobre a evolução demográfica na Europa, que teve lugar na noite de quinta-feira em Braga, José Manuel Fernandes alertou para as ameaças que pendem sobre o modelo social e desenvolvimento da UE, face aos impactos negativos das baixas taxas de natalidade.
“Temos urgência em contrariar e inverter o ‘inverno demográfico’ que está a atingir toda a UE, e de modo particular Portugal, com potenciais impactos negativos de enorme gravidade para a sustentabilidade do modelo social europeu, que é o mais desenvolvido e humanista do planeta”, afirmou o Eurodeputado.
Face à situação, José Manuel Fernandes sustentou que impõem iniciativas políticas, designadamente, nas áreas da saúde, segurança social e educação, com “impacto efetivo” no apoio às famílias e à infância, acesso às redes escolar e pré-escolar, saúde infantil e parental, a par das políticas para promover a conciliação da vida familiar e profissional, a flexibilidade laboral de pais e cuidadores, e incentivos fiscais à responsabilidade social das empresas.
No âmbito do próximo mandato para o Parlamento Europeu, José Manuel Fernandes vincou o compromisso do PSD para concretizar uma estratégia europeia para a natalidade, com envolvimento também do Conselho Europeu.
Na conferência promovida pelos cubes rotários Braga e Braga-Norte, o Eurodeputado sublinhou que a União Europeia apresenta hoje as menores taxas de natalidade do planeta, embora sendo uma das maiores economias do mundo e a região que mais investe na área social – de tal forma que os europeus, que são apenas 6,5% da população mundial – têm acesso a metade de todas as despesas sociais do planeta.
Para o futuro, o cenário apresenta-se mais grave. José Manuel Fernandes frisou que, segundo as estimativas publicadas pela ONU, a população da União Europeia terá uma média de idades de 49 anos – acima dos 46 anos apontados para a globalidade dos países desenvolvidos.
A situação portuguesa é das mais graves no contexto europeu. O Eurodeputado apontou que a média de idades em Portugal é atualmente de 44,4 anos – uma das mais altas e apenas atrás da Alemanha -, quando em 1960 a média de idades em Portugal era de 27,8 anos – que era uma das baixas da Europa, apenas superada por Polónia e Eslováquia.