As mentiras, habilidades, o drama e o suspense, a intriga, as cenas rocambolescas e de violência que João Galamba e o seu Ministério estão a protagonizar à volta da Comissão Parlamentar de Inquérito da TAP davam uma excelente série televisiva. A Netflix poderia aproveitar esta oportunidade sem qualquer esforço ou criatividade.
É o próprio Primeiro-Ministro que lhes chama “deploráveis incidentes” de uma novela. A imprevisibilidade torna impossível antecipar as cenas dos próximos capítulos. Num dos últimos episódios, houve pancadaria, vidros partidos, um computador roubado nas instalações do Ministério das Infraestruturas e a PSP no local a pedido do próprio “ladrão”, por aparentemente lhe terem fechado as portas de saída do Ministério.
O protagonista do roubo e das supostas agressões foi o Dr. Frederico Pinheiro, adjunto do Ministro João Galamba e ex-membro do gabinete de Pedro Nuno Santos, que admite ter ido buscar o computador à sede do Ministério por ter receio de perder acesso a informações pessoais – no mesmo dia em que foi despedido, por telefone, por João Galamba. Numa situação inédita, foi até requerida a intervenção dos Serviços de Informação Secretas para localizar e recuperar o computador.
Tudo isto parece ficção. Infelizmente, é a realidade, uma consequência da imaturidade, leviandade e incompetência a que este Governo já nos habituou. Na conferência de imprensa de João Galamba é o próprio quem lança mais lenha para a fogueira ao revelar que tinha omitido informações sobre a infame reunião entre a ex-CEO da TAP e o grupo parlamentar do PS onde viriam a preparar a ínfame reunião para as perguntas e respostas à audiência de uma comissão parlamentar. Nessa conferência -ainda- acabou por envolver a Ministra da Justiça na atuação do SIS relativamente ao computador que estava na posse do seu ex-adjunto.
A TAP está a revelar-se um terramoto político para o Governo. Tudo começou com a nacionalização da companhia aérea, que já custou 3.200 milhões de euros aos contribuintes
.O Governo nacionalizou para agora privatizar. Uma decisão incompetente que não beneficiou a TAP e apenas penalizou os portugueses. A leviandade prosseguiu com o pagamento de uma indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis para que saísse da administração da TAP. A mesma viria aocupar o cargo de Secretária de Estado de Fernando Medina para logo depois se demitir quando veio a público a polémica em torno da ilegalidade da sua indemnização. Entretanto, Pedro Nuno Santos, também se demitia, mas não sem antes solicitar explicações relativas à autorização dessa indemnização.. Veio-se a saber que o Ex-Ministro tinha, através de mensagens no Whatsapp, dado aval ao pagamento da indemnização.
A história continua e Fernando Medina decide despedir a então CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener. As Ministras Mariana Vieira da Silva e Catarina Mendes afirmaram que existiam pareceres a fundamentar o despedimento, mas que não poderiam ser entregues à CPI por razões de “Estado”. Foi o PSD quem suspeitou desta recusa, defendendo que tal constituiria crime de desobediência. VeioMedina resolver o problema, informando que não existia nenhum parecer.
Através da comissão de inquérito, ficámos a saber que, para agradar o Presidente, os nossos governantes ponderaram até alterar um dos seus voos. É inaceitável a forma como brincam com o dinheiro dos portugueses.
Esta semana – a cereja no topo do bolo -, o Ministro João Galamba, combinou com António mais uma farsa e apresentou o seu pedido de demissão “em prol da necessária tranquilidade institucional”. Passados poucos minutos, em mais uma encenação, António Costa fala em direto para lamentar toda a situação e admitir que, muito embora a maioria dos portugueses defendessem a , demissão, ele não a aceitaria. Prontamente, o Presidente da República torna público um comunicado -duro- onde discorda do Primeiro-Ministro.
As culpas passaram para o ex-adjunto que “roubou” o computador! E o Ministro, não é responsabilizado? António Costa sabe que Galamba está diminuído politicamente mas prefereusar a situação como forma de ter eleições antecipadas. Quanto mais tempo passar pior será o resultado do PS. Com dissolução da Assembleia, cairia a CPI e, com isto, impedir-se-ia que novas revelações à volta da TAP sejam descobertas e que o PS continue a perder votos. A habilidade e a sobrevivência política são o critério. Os portugueses não são prioridade para este governo.. A tempestade de milhões do PRR está a ser usada como instrumento de campanha, na distribuição de subsídios e na promessa de aumentos das pensões. No entanto, assistimos a um colapso do Estado social e à degradação dos serviços públicos: na saúde, temos o encerramento de urgências e falta de médicos de família; No ensino ainda há 20 mil alunos sem professor a pelo menos uma disciplina.
A degradação do Governo,e a incompetência são uma evidência sem remedeio. Sr. Presidente da República: não tenha medo, marque eleições.
Gosto
+Boas notícias. O nosso Minho tem 24 praias com Bandeira Azul e, este ano, há uma novidade em Braga: a praia fluvial de Merelim São Paio foi distinguida pela, primeira vez, com a Bandeira Azul, juntando-se às praias fluviais de Adaúfe e de Ponte do Bico (Palmeira). Temos no Minho mais uma praia a Azul do que no ano passado. O maior número é em Viana do Castelo (10), seguindo-se Caminha (5), Esposende (4), Braga (3), Fafe (1) e Vila Verde (1). Todos os galardoados do Minho no ano passado mantiveram a Bandeira Azul. Isto simboliza o cumprimento de requisitos que vão desde a qualidade da água à segurança dos locais, passando pela existência de equipamentos de apoio, de informação e educação ambiental.
+ Guimarães formalizou a candidatura a Capital Verde Europeia 2025. Em caso de vitória, Guimarães tornar-se-á a segunda cidade portuguesa premiada, depois de Lisboa ter vencido este título em 2020. Depois de ter apresentado uma primeira candidatura em 2017, alcançando o 5.º lugar entre as 13 cidades concorrentes, o município continuou a reforçar a sua aposta no desenvolvimento sustentável do território, ao longo dos últimos anos, desenvolvendo projetos de elevado valor.
Não-Gosto
–O PRR não está a ser usado onde faz falta. Para o digital, não há um único cêntimo para infraestruturas. Não há financiamento para o abastecimento público de água e para a construção de reservatórios que ajudem os agricultores a combater a seca. Na habitação há pouco dinheiro destinado. Foram sinalizadas 67 mil famílias a viver em condições indignas – este número significa mais do dobro das casas que o PRR se propõe financiar. Grande parte das famílias em situação de carência habitacional sinalizados está em desvantagem e continua sem resposta. A tempestade de milhões que Portugal tem não está a ser bem gerida pelo governo socialista.
– A taxa de mortalidade infantil aumentou em 2022, de 2,4 para 2,6 óbitos por mil nados-vivos, num ano em que o número de nascimentos aumentou 5,1%, revelam dados oficiais publicados na passada semana. Segundo os dados das Estatísticas Vitais do Instituto Nacional de Estatística morreram 217 crianças com menos de um ano no ano passado, mais 26 do que em 2021. Na região Norte e nas regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, registaram-se acréscimos na mortalidade, sendo que o maior aumento se verificou nos Açores (+14,6%).