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Portugal tem de investir nos jovens e na educação para cumprir compromissos europeus

O Eurodeputado José Manuel Fernandes deixou hoje, em Braga, o alerta que a educação é uma das áreas onde Portugal mais tem de investir ao longo da próxima década, de forma a poder cumprir os compromissos assumidos no âmbito da estratégia UE 2020.

“Os indicadores de Portugal ao nível da educação, formação e qualificação são dos piores da União Europeia”, avisou José Manuel Fernandes, intervindo na conferência internacional ‘Uma Europa para as novas gerações’ promovida pelo Conselho Nacional da Juventude, em parceria com a cidade de Braga – Capital Europeia da Juventude 2012 – e o Fórum Europeu da Juventude.

No evento que decorreu na Colunata dos Hotéis do Bom Jesus, José Manuel Fernandes explicou a estratégia que a União Europeia traçou face à crise actual e aos novos desafios suscitados sobretudo pela globalização, envelhecimento e aumento da população, alterações climáticas e escassez de recursos.

O eurodeputado salientou que a juventude assume uma preocupação central nos objectivos a que todos os estados-membros se comprometeram para a concretização de uma estratégia que tem como prioridade um crescimento sustentável, inteligente e inclusivo.

“Um dos objectivos para 2020 determina que 40 % das novas gerações devem dispor de um diploma de ensino superior. Acontece que Portugal está hoje nos 23%, o que significa que terá quase que duplicar o número de licenciados”, apontou José Manuel Fernandes.

A situação é também muito negativa ao nível do abandono escolar. O objectivo da UE é baixar as taxas para menos de 10%, mas Portugal está ainda nos 31,5%. “Pior que nós, só Malta. E fora da UE, só estamos melhor que a Turquia”, observou.

O eurodeputado salientou ainda o papel fulcral da juventude no que toca ao incremento estipulado para os investimentos em inovação e investigação e desenvolvimento, que terão de chegar aos 3% do PIB. Há ainda o compromisso de aumentar para 75% a taxa de emprego na faixa etária dos 20-64 anos.

Numa posição corroborada por Maria João Rodrigues, conselheira especial da presidência da Comissão Europeia, e por Rui Cardoso, editor do Courier Internacional, José Manuel Fernandes defendeu que a Europa continua a oferecer aos jovens as melhores oportunidades e níveis de qualidade de vida, apesar das consequências dramáticas da crise e dos riscos de deterioração social.