Defendo a ascensão social de cada português independentemente do sítio onde nasça ou das condições financeiras da respetiva família. Para tal, a educação é fundamental. No entanto, o cenário atual é desanimador. Infelizmente, os professores têm sido – permanentemente – desconsiderados. No Ensino Superior há um claro desinvestimento por parte do governo. Os fundos europeus vão ajudando a camuflar a falta de aposta do governo na educação, sobretudo na área das infraestruturas. Há que sublinhar que a educação é uma competência nacional a que orçamento de estado teria de dar a devida resposta.
Os estudantes que queiram frequentar as universidade e os politécnicos devem poder fazê-lo independentemente da sua situação económica. Os nossos salários são baixos e são-no devido ao fraco e reduzido crescimento do país, em virtude da má governação socialista. A situação das famílias portuguesas é, cada vez mais, precária e foi agravada pelo crescimento da inflação. Perante estes factos, o governo deveria ter dado especial atenção ao estudantes do ensino superior oriundos de famílias mais pobres e socialmente desfavorecidas. Há alunos que passaram a comprar menos comida para tentar suportar o aumento de outras despesas, como a renda dos quartos, a água, a luz, as propinas, os materiais e os livros de apoio. Muitos dos universitários não têm dinheiro para comer nas cantinas das universidades. Um estudo apresentado no Dia Nacional do Estudante demonstrou que 51% dos alunos preparam as suas refeições em casa e consomem-nas na faculdade por falta de meios para pagar um simples almoço numa cantina universitária.
Portugal tem milhões de euros dados pela Europa. Não falta dinheiro e até há dificuldade na sua absorção. O governo socialista, para além de incompetente, está a revelar-se socialmente insensível, alheio à realidade. É o futuro de Portugal que está a ser hipotecado. Ninguém tem bom aproveitamento estando com a barriga vazia. Corremos sérios riscos dos nossos universitários abandonarem os estudos.
Num inquérito feito pela Federação Académica do Porto, conclui-se que 74% dos alunos universitários tiveram um declínio significativo na sua saúde mental e que este declínio está associado às preocupações com o aumento do custo de vida e pela impossibilidade de continuarem os estudos. Há cada vez mais alunos a pedirem apoios sociais às associações de estudantes.
Perante os baixos salários e a pressão do aumento da inflação, as famílias não conseguem reduzir as suas despesas normais. Para muitas não é possível terem disponibilidade financeira para permitir que os filhos continuem a estudar. Cerca de um terço dos estudantes gasta mais de 500 euros em despesas correntes. Não podemos destruir o nosso futuro coletivo, nem as legítimas aspirações e sonhos daqueles que querem estudar.
O Estado “esqueceu-se” de financiar a construção de residências para estudantes, o que também contribuiu para o aumento das rendas. Utiliza, à última da hora, montantes do PRR, demitindo-se da sua obrigação e da utilização do Orçamento de Estado.
No imediato, há que aumentar as bolsas e rever os critérios de atribuição, sempre que tal se justifique. É preciso aumentar a dotação orçamental da Ação Social e redefinir o conceito de bolsa de estudos, para que passe a abranger os reais custos de frequência do ensino superior. As bolsas de estudo precisam de englobar mais do que as propinas, devendo contemplar o peso financeiro do material escolar, assim como as despesas de deslocações e os custos do alojamento.
É, ainda, urgente a criação de melhores condições de frequência no ensino superior. A desintegração dos mestrados é outro problema apontado pelos alunos. As propinas são as mesmas durante todos os anos de curso para quem tem mestrado integrado. Ora, aqueles que fazem um mestrado não integrado têm custos muito mais elevados do que os suportados no 1º Ciclo de estudos.
A curto prazo, é necessário avançar para o aumento da oferta de alojamentos a preços acessíveis para os estudantes do ensino superior.
Os governos socialistas são os campeões a aumentar a pobreza, a degradar os serviços públicos e, consequentemente, a agravar as desigualdades. O ensino superior tem de ser absolutamente inclusivo. Tem de ser acessível para qualquer aluno independentemente da sua condição financeira. O acesso ao ensino é um direito constitucionalmente protegido e os governos socialistas parecem esquecer-se disso.
Os governos socialistas não modernizam e estão a nivelar “por baixo”. Precisamos de ambição, de um Portugal competitivo e empreendedor. A educação é uma das condições para termos sucesso. Foi a promessa de uma paixão socialista nunca concretizada. A culpa não é dos professores, nem dos alunos. A culpa é da má governação.
O governo não é capaz de modernizar e transformar o setor da educação. Há que enfrentar a realidade e começar por fazer algo fácil, justo e realista: aumentar a ação social direta para que nenhum estudante seja obrigado a abandonar o ensino superior. Nenhum estudante deve ficar para trás.
Gosto
+ A nossa investigação continua a marcar pontos positivos no mundo. Portugal tem um novo recorde de patentes em 2022. O nosso país requereu 312 patentes. A empresa tecnológica Feedzai, que nasceu há apenas 12 anos, tem um rácio de doutorados superior ao da Amazon e da Google. Volta a ser a entidade com maior número de pedidos, ocupando pelo segundo ano consecutivo o primeiro lugar de uma lista que, tal como tem sido habitual, no caso português tem mais entidades universitárias do que empresas.
+ O nosso Minho está de parabéns. Temos 14 restaurantes na lista do prestigiado guia gastronómico e turístico internacional no Guia Michelin 2023. No distrito de Braga, constam no guia cinco restaurantes de Guimarães, três de Viana do Castelo, dois de Barcelos, dois de Ponte de Lima, um de Famalicão e um de Braga. Parabéns! Assim se faz pela imagem do nosso país e dignifica-se a região. Obviamente que trará mais turistas para a nossa região, pois todos sabemos o quanto estas “estrelas” motivam viagens dos lugares mais distantes.
Não-Gosto
– Já foram publicados os dados da criminalidade em 2022. Há um aumento dos homicídios, das violações e da extorsão. O Relatório da criminalidade de 2022 apresentado pelo Conselho Superior de Segurança Interna é um documento a dois tempos, que compara a criminalidade participada em 2022 com o ano anterior. Também compara com 2019, excluindo os dois anos de pandemia. Os homicídios, as violações, extorsões e a criminalidade grupal e juvenil cresceram em ambos os comparativos.
– O governo continua a tratar os professores com uma inaceitável indiferença. Em desespero, uma comitiva de professores e trabalhadores não docentes foi pedir ajuda a Bruxelas. A Delegação do PSD no Parlamento Europeu recebeu-os. O Governo de António Costa está a destruir a escola pública em Portugal. Os professores não estão a ser valorizados e as suas justas pretensões não são consideradas pelo Governo. O nosso futuro coletivo fica em causa. A educação é o alicerce da coesão e competitividade de um país. Era fundamental agir já, mas o Governo continua a adiar!