“Portugal devia ter objetivos nacionais para 2030, mas também regionais, porque os territórios são todos diferentes” – José Manuel Fernandes
O eurodeputado José Manuel Fernandes efetuou ontem, dia 21 de abril, mais uma reunião/encontro/visita de trabalho para se inteirar da realidade nacional. Desta vez, em Paredes, com a AIMMP – Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal. O objectivo foi conhecer de perto a realidade do sector – recolhendo as suas necessidades e dando a conhecer as medidas de apoio da União Europeia para as empresas. O encontro teve lugar no Centro de Formação Profissional das Indústrias da Madeira e Mobiliário (CFPIMM) e contou com as presenças do presidente da AIMMP, Vitor Poças e da presidente do Conselho de Administração do CFPIMM, Maria Luísa Barreto.
A visita começou no Centro de Formação que este sector detém, de forma a dotar os profissionais de competências e conhecimentos indispensáveis para a manutenção e modernização das indústrias da madeira e do mobiliário. Esta é uma importante infraestrutura para o sucesso do sector, uma vez que prepara as empresas e os seus profissionais para as exigências do mercado. Os benefícios são vários, como a atualização de conhecimento, que contribui para o aumento da produtividade e rentabilidade dos colaboradores, assim como a garantia da continuidade destas indústrias.
Vitor Poças teve a oportunidade de apresentar a AIMMP, o sector, os desafios e as oportunidades no contexto da sustentabilidade e da transição digital. Abordou ainda os projetos que a associação desenvolve com recurso a apoios comunitários.
Já o eurodeputado José Manuel Fernandes destacou que “há dinheiro como nunca tivemos, mas não basta gastar, é preciso investir e é fundamental não ter medo de investir e de gerar riqueza”. Continou ainda: “Saber o que queremos é essencial. Que país é que queremos? Temos de ter esse objetivo bem relacionado com a competitividade, sem esquecer a coesão territorial. Portugal devia ter objetivos nacionais, mas depois devia ter objetivos regionais, porque os territórios são todos diferentes”.
José Manuel Fernandes falou ainda de uma preocupação: “O PRR foi criado, pela primeira vez na história, devido à pandemia. O PRR é dívida. Uma dívida que vai ser paga pelo orçamento da UE até 2058! A partir de 2027 o custo da dívida será superior a 16 mil milhões de euros por ano, o que corresponde a cerca de 10% do orçamento da UE. Por isso, precisamos de novas receitas para o orçamento para evitar estes cortes. Sem novas receitas que reforcem o orçamento da UE, Portugal é dos Estados-Membros que será mais prejudicado porque é o que mais depende do orçamento europeu: mais de 85% do investimento público em Portugal tem origem no orçamento da UE”.
“Devemos ter como principais pilares a competitividade, a sustentabilidade e a coesão territorial”
O Chefe da Delegação do PSD no Parlamento Europeu sublinhou que “devemos ter como principais pilares a competitividade, a sustentabilidade e a coesão territorial”. E alertou que “não podemos ter medo de criar riqueza, pois ela é o garante do desenvolvimento de um país”. José Manuel Fernandes destacou ainda ser “um defensor da criação de plataformas de investimento para os diferentes sectores. Plataformas que pudessem conjugar subvenções e empréstimos”.
Sector representa 3,4% do PIB nacional
Recorde-se que o sector das indústrias da madeira e do mobiliário representa um importante peso na economia nacional: em 2022, o PIB do sector era de cerca de 8,1 mil milhões de euros, ou seja 3,4% do PIB nacional; o volume de exportação de 2022 ultrapassou os 3 mil milhões de euros; são cerca de 16.500 empresa, que empregam mais de 80 mil pessoas.
AIMMP – Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal
A AIMMP é uma instituição de utilidade pública ao serviço das empresas e empresários desde 1957, com a missão de representar, defender, apoiar e promover as indústrias de madeira e mobiliário de forma a contribuir para o sucesso dos seus associados e deste setor. De acordo com os seus estatutos, tem por objeto social “representar legalmente todas as empresas integradas no seu âmbito associativo, nomeadamente na celebração de convenções coletivas de trabalho, na defesa e na promoção da defesa dos direitos empresariais e nas ações de formação profissional.” Para tal, disponibiliza um serviço de apoio às empresas em vários domínios, nomeadamente no apoio técnico direto, na participação conjunta em atividades e projetos específicos ou na execução coletiva de ações para a capacitação, qualificação, formação, desenvolvimento e internacionalização do setor que, individualmente, seriam difíceis ou até mesmo impossíveis de realizar em muitas situações.