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Liberdade, Responsabilidade e Solidariedade de mãos dadas num Portugal mais moderno e europeu

Liberdade, Responsabilidade e Solidariedade foram valores defendidos hoje, em Braga, pelo eurodeputado José Manuel Fernandes, como “fundamentais para a consolidação de um Portugal mais moderno e europeu, no contexto dos valores que fundamentaram a Revolução de Abril”. Uma posição defendida no debate “25 de Abril: 40 anos depois, clarificando o legado”, que teve lugar na Escola Profissional do Minho e que contou ainda com a participação de um militar de Abril, Gil das Neves, a Secretária Executiva da UGT, Helena Ferreira, e o músico Daniel Ferreira.

Na sua intervenção, José Manuel Fernandes começou por afirmar que “não há liberdade sem responsabilidade”, referindo que a nossa liberdade não pode pôr em causa as gerações futuras. “Se hoje gerirmos as contas de forma irresponsável, estamos a passar para as  próximas gerações um fardo muito pesado”, alertou o eurodeputado.

“O peso da dívida que nos colocaram em cima das costas retirou-nos liberdade e, se não formos responsáveis e não aliviarmos esse peso, estamos a retirar liberdade às gerações futuras”, advertiu. Uma responsabilidade que se estende também, entre outras, às questões ambientais-

“Temos a obrigação de deixar este planeta em boas condições e habitável, com uma boa qualidade de vida”, desafiou José Manuel Fernandes, perante uma plateia jovem e atenta, que ouviu de Gil das Neves a contextualização histórica do golpe militar e de Helena Ferreira a referência às conquistas de direitos sociais e defesa dos trabalhadores no pós-25 de Abril.

A Daniel Ferreira, assumidamente satisfeito pela democracia o deixar interpretar livremente as músicas que cria, coube a interpretação de algumas músicas repletas de mensagem revolucionária, que não deixam de fazer sentido, mesmo num espaço de democracia e liberdade como Portugal e a Europa.

José Manuel Fernandes, sempre assumidamente na qualidade de eurodeputado – e recusando analogias à pré-campanha para as eleições europeias de 25 de maio -, não deixou de destacar o papel da UE para a consolidação da Revolução de Abril e dos seus ideias.

Numa mensagem de esperança numa Europa unida,  José Manuel Fernandes alertou que todos os dias devemos trabalhar os valores que estão dados como absolutamente adquiridos, nomeadamente a Paz e a Democracia. “A Paz é o maior sucesso da União Europeia, mas não podemos dar nada como absolutamente adquirido”, referiu, alertando para a tensão, por exemplo, que se vive na Ucrânia. “São valores que todos os dias devem ser trabalhados”, frisou.

Aludindo à enorme evolução verificada em Portugal, nos últimos 40 anos, dando como exemplos o ensino e as vias de comunicação e lembrando os tempos recentes em que tínhamos de ir a Espanha buscar produtos (tão variados como bebidas e caramelos, bacalhau e azeite), o eurodeputado referiu que é importante estarmos insatisfeitos, mas salientou “essa insatisfação não nos pode transformar nuns coitadinhos que vivemos no pior sítio do mundo”.

Para justificar a afirmação, José Manuel Fernandes elencou os números que mostram que a maior riqueza do Planeta se produz na União Europeia. “A União Europeia representa 7% da população mundial, que tem 20% da riqueza produzida em todo o mundo e acede a 50% das despesas sociais existentes em todo o Planeta”.

Nesse contexto, José Manuel Fernandes sustentou que “é importante cultivarmos uma postura de exigência permanente, mas devemos valorizar o muito que temos e lutar sempre pelo que nos falta”.