“A razão está do lado dos professores. Estão tristes, descrentes e desapontados. É obrigação do Governo trazer de volta a alegria dos professores e a valorização da respectiva carreira”. As palavras são de José Manuel Fernandes, eurodeputado minhoto que integrou a delegação do PSD que, recebeu, no Parlamento Europeu, uma comitiva de professores e trabalhadores não docentes portugueses.
Ontem, dezenas de profissionais de edução estiveram no Parlamento Europeu, em Bruxelas, para expor a eurodeputados de diferentes forças políticas portuguesas as reivindicações do sector, queixando-se de em Portugal não serem ouvidos e serem apenas números.
“O Governo de António Costa está a destruir a escola pública em Portugal. Os professores não estão a ser valorizados e as suas justas pretensões não são consideradas pelo Governo”, alerta José Manuel Fernandes, realçando que com esta postura “o nosso futuro colectivo fica em causa”, pois “a educação é o alicerce da coesão e competitividade de um país”.
“Há uma mudança que se exige para podermos ter uma educação inclusiva que permita a ascensão social independentemente do local onde se nasça e dos recursos financeiros das famílias. A escola pública é crucial”, realça o eurodeputado, alertando que “os problemas são demasiado evidentes: há milhares de alunos que ainda não têm professor, os professores são obrigados a cumprirem uma enorme é inútil burocracia, a carreira de professor deixou de ser atractiva”.
José Manuel Fernandes defende que “é fundamental agir já” e isso passa, desde logo por valorizar a carreira docente; aumentar os salários nomeadamente os que estão no início de carreira docente; e criar incentivos salariais e fiscais para a fixação de docentes em zonas de baixa densidade ou onde há falta de professores;.
Passa igualmente por diminuir a carga burocrática na actividade profissional dos professores, recentrando o seu desempenho nas actividades lectivas.
O eurodeputado considera ainda que é fundamental que os docentes recuperem o tempo de serviço em falta, nomeadamente para efeitos de aposentação. “Eliminar as vagas de acesso aos 5.º e 7.º escalões, um garrote que não existe noutros escalões”, é outra medida defendida pelo eurodeputado.