O Minho e o interior Norte dispõem de recursos naturais, designadamente ao nível de materiais geológicos, com uma importância geoestratégica cada vez mais acentuada numa economia global marcada pela crescente procura das matérias-primas.
O Eurodeputado José Manuel Fernandes aponta a valorização sustentável e ambiental das riquezas geológicas como uma mais-valia estratégica para o desenvolvimento económico e a criação de emprego na região. Em seu entender, a inovação e a investigação científica são fatores-chave para a revitalização do setor e da aposta nas explorações mineiras e geológicas.
No seminário de encerramento do Prospeg – Projeto de Prospeção, Análise Distanciada e Deteção Remota de Pegmatitos, promovido pela Sinergeo e pelo Instituto Empresarial do Minho (IEMinho), José Manuel Fernandes deu conta da clara aposta da União Europeia em tornar-se, até 2020, líder mundial na exploração, extração, transformação, reciclagem e substituição de matérias-primas.
“O acesso às matérias-primas é uma área prioritária de intervenção da União Europeia, por força da sua importância e do seu impacto para o desenvolvimento económico e para a atividade industrial, com particular incidência na indústria de alta tecnologia”, justificou José Manuel Fernandes, sublinhando que, “na UE, pelo menos 30 milhões de postos de trabalho estão dependentes do acesso às matérias-primas”.
Perante a crescente procura global pelas matérias-primas e a escassez de recursos naturais, foi constituída ao nível da UE a Parceria Europeia de Inovação (PEI) em matérias-primas, que cobre matérias-primas não agrícolas e não-energéticas – metais e minerais, bem como outras matérias-primas industriais, como a borracha natural, papel e madeira.
O objetivo é, assumidamente, “fomentar a inovação tecnológica na cadeia de valor das matérias-primas, envolvendo os estados-membros, as empresas, os investigadores e as ONG. Segundo o eurodeputado, “a inovação, no âmbito das matérias-primas – seja na extração, transformação, reciclagem ou substituição – é a chave para o crescimento e o emprego no futuro”.
Nesse contexto, José Manuel Fernandes sublinhou “a oportunidade estratégica para o Minho e o interior nortenho, dotado de excelentes universidades e centros de investigação aliados às empresas, que devem assumir um papel ativo neste setor e contribuir para rentabilizar de forma sustentada e ecológica, as riquezas e os recursos naturais da região, para criar riqueza, emprego, aumentar o PIB nacional e reforça a nossa competitividade”.
No seminário de encerramento do Prospeg, que contou a participação de diversos investigadores e professores universitários, geólogos e empresários, o Eurodeputado deixou ainda um desafio para que façam chegar junto do Grupo de Coordenação de Alto Nível da PEI em matérias-primas contributos para a implementação do Plano de Execução Estratégica para as matérias-primas, no âmbito do processo de auscultação aberto às diferentes partes envolvidas neste setor.
