No âmbito do compromisso de desenvolvimento de uma estratégia de proximidade com as instituições e a população do Minho, o eurodeputado José Manuel Fernandes reuniu com o coordenador da União de Sindicatos do Distrito de Braga (USB), Adão Mendes.
Do encontro, que decorreu na sede da USB, em Braga, ressaltaram as preocupações com a manutenção da linha de crescimento do desemprego e a perspectiva de agravamento das condições económicas e sociais na região e no País.
Face à gravidade da actual situação, José Manuel Fernandes e Adão Mendes concordaram na necessidade de promover a conciliação e a concertação de esforços de forma a mobilizar todos os agentes da sociedade civil para a urgência na recuperação da capacidade produtiva do Minho, face à “evidente incapacidade política do actual Governo e das estruturas estatais para reverterem a tendência de degradação da economia nacional e das condições de vida dos portugueses” – conforme sublinhou o eurodeputado eleito pelo PSD e membro efectivo da Comissão dos Orçamentos do parlamento Europeu.
Nem mesmo o recente anúncio governamental de uma nova linha de apoios para a promoção do emprego permite contrariar o pessimismo de José Manuel Fernandes e Adão Mendes em relação à perspectiva de agravamento da actual crise económica e social.
“O Governo veio a Braga reconhecer a sua impotência e incompetência, após 15 anos de poder socialista. Não se compreende que a Ministra do Trabalho e Solidariedade Social ou o Governo venha, orgulhosamente, dizer agora que é preciso agilizar estruturas e procedimentos. Que andou então o Governo a fazer até agora?”, questiona José Manuel Fernandes.
Para o eurodeputado, “apesar de todos os alertas e recomendações para revisão de estratégias políticas, foram perdidos muitos anos e muitos milhões de investimento que retiraram capacidade de competitividade a Portugal, e em particular ao Minho, face à destruição evidente do seu sector industrial e até ao desaproveitamento dos jovens qualificados e empreendedores que foram formados nesta região”.
O excesso de burocracia e a estratégia de desprezo com que o actual Governo socialista tratou sempre o tecido produtivo português mereceram também as críticas do coordenador da USB, que estima que o distrito de Braga atinja os 60 mil desempregados até ao final deste primeiro semestre de 2010. De acordo com os números apresentados por Adão Mendes, o número de desempregados ronda actualmente as 58.500 pessoas, no distrito.
O sindicalista revelou que em perspectiva estão novos despedimentos colectivos em quatro empresas dos concelhos de Braga e Guimarães, apontando para que mais 600 a 700 trabalhadores caiam no desemprego já nas próximas semanas.
Perante este cenário, Adão Mendes recusa “uma estratégia de ligeireza” no tratamento dos processos e das candidaturas a programas de apoio, mas “maior seriedade, eficácia e trabalho no terreno para ajudar as empresas e os trabalhadores”.
José Manuel Fernandes e Adão Mendes concordaram na necessidade de concertar esforços para promover a re-industrialização da região, através da rentabilização do património industrial de empresas falidas ou encerradas. Trata-se de estruturas e equipamentos que estão abandonados e em degradação, cuja grande maioria é pertença do Estado, e que poderia ser aproveitado para recuperar postos de trabalho e dinamizar a economia.