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É preciso derrubar muros para construir projetos comuns

“É preciso derrubar muros entre concelhos, comunidades intermunicipais e outras entidades locais, para concretizar um desenvolvimento sólido e sustentável da região Norte”. O desafio foi lançado pelo eurodeputado José Manuel Fernandes no âmbito da conferência ‘Nanovalor: Políticas Públicas, Transferência de Tecnologia e Investimentos em Nanotecnologia”, que teve lugar no Centro de Congressos da Alfândega do Porto.

Questiúnculas políticas prováveis em ano de eleições autárquicas não podem destruir o essencial, que é o desenvolvimento da região“, alertou José Manuel Fernandes. E deixou o lamento: “por causa de questões menores, arranjam-se conflitos sem sentido e acabam-se com projetos e programas de grande importância e para os cidadãos, as regiões e os municípios. Temos de perceber que se o concelho vizinho estiver mal, o nosso não ganha nada com isso, bem pelo contrário“.

Falando sobre ‘A importância dos próximos fundos europeus para a garantia da coesão, desenvolvimento regional e criação de emprego’, José Manuel Fernandes sublinhou que “estamos num momento decisivo para a região, em que é preciso criar parcerias e unir esforços para estratégias integradas e sustentáveis de crescimento e desenvolvimento“.

“Quando a União Europeia se prepara para abrir um novo quadro financeiro e definir as verbas dos fundos comunitários para o país, é extremamente importante definir estratégias e projetos para o desenvolvimento da região “, desafiou.

Nesse sentido, o eurodeputado frisou que “é urgente e absolutamente fundamental derrubar muros e barreiras, para trabalharmos em conjunto, sabermos o que queremos para o futuro e utilizarmos da melhor forma os recursos e os fundos comunitários em projetos comuns, para rentabilizar investimentos e acrescentar valor à região“. Esta prioridade ganha ainda mais importância – explicou – porque o dinheiro é escasso e estamos numa das regiões mais pobres da União Europeia.

Solidariedade concreta

O Norte é a região mais pobre do país e a 37ª mais pobre da UE, com PIB per capita de 62,8% em relação à média europeia. Uma realidade com contornos ainda mais negativos para o Minho, já que a média de rendimentos são ainda mais baixos nos vales do Minho, Ave e Cávado.

A situação leva o eurodeputado José Manuel Fernandes a reclamar uma atitude de “solidariedade concreta” dentro de Portugal, tal como o país defende no seio da União Europeia. Solidariedade que o eurodeputado considera “extremamente importante” para superar as dificuldades dos tempos atuais e para assegurar os recursos financeiros suficientes para concretizar a estratégia Europa 2020, em prol de um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo.

Conferência

Na conferência que decorreu na Alfândega do Porto, interveio também o vice-presidente da CCDR-Norte, Carlos Neves, para falar da “importância dos próximos fundos europeus para a garantia da coesão, desenvolvimento regional e criação de emprego”, defendendo a utilidade de um amplo debate aberto à sociedade civil para definição de um plano de desenvolvimento que permita desenvolver o conceito de especialização inteligente no Norte.

Concretizando exemplos práticos de aplicação da nanotecnologia no mercado, o pró-reitor da Universidade do Minho, Vasco Teixeira, explicou o projeto NanoValor e os desafios para os próximos programas de financiamento regionais e europeus para ‘nanotech‘, sendo secundado pelo diretor-geral do Instituto Ibérico de Nanotecnologia, José Rivas, que apresentou o INL e o seu equipamento de vanguarda, enquanto fator de coesão e promotor de desenvolvimento de Portugal e Espanha.