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Cumprirei

Num mundo com Trump, Putin, Xi Jinping, Bolsonaro e Erdogan, a União Europeia faz – cada vez mais – falta. Defendo uma UE aberta, livre, próspera, sustentável, coesa, solidária. Temos de ser luz, exemplo, inspiração. Os valores europeus, a democracia, a liberdade, o respeito pela dignidade humana, a tolerância, a solidariedade, terão de ter na União Europeia a sua máxima concretização.

Na UE, somos poucos e cada vez mais velhos. Juntos, podemos evitar definhar e vencer os desafios. Cada um por si, somos completamente irrelevantes.

Neste mandato, no Parlamento Europeu, assumo os compromissos que a lista do PSD apresentou aos portugueses. O reforço da convergência e da coesão, o apoio às PME, a promoção do emprego de qualidade, a melhoria dos salários, a promoção da natalidade e um “master plan” para combate ao cancro são alguns exemplos.

Defendo uma economia forte, competitiva, amiga do ambiente, produtiva, que promova a inovação e o empreendedorismo, com o objetivo de se alcançar a prosperidade e o bem estar social, de forma a que ninguém fique para trás. Tenho insistido que não seremos competitivos se não formos inclusivos ou sustentáveis do ponto de vista ambiental. A competitividade nunca se efetivará com salários baixos ou numa sociedade onde o Estado esteja omnipresente. Temos de apostar no conhecimento, nas qualificações e nas competências dos nossos recursos humanos, na investigação e inovação. Queremos uma solidariedade interna que promova a coesão. A agricultura deve ser, em simultâneo, competitiva e amiga do ambiente. As alterações climáticas, no mínimo, têm de ser mitigadas. O desenvolvimento rural, a promoção da nossa diversidade, os nossos produtos locais e as nossas tradições são forças que podemos ampliar.

Temos de continuar a promover a Paz e a segurança.

Na prática, defendo os 3 E – Emprego, Empresas, Empreendedorismo -, associados aos 3 S – Solidariedade, Sustentabilidade, Segurança. Note-se que a solidariedade implica sustentabilidade ambiental e económica. Somos solidários com as gerações futuras, se lhe deixarmos um planeta onde possam viver com qualidade, e se não as sobrecarregarmos de dívidas.

Desta forma, defenderei o interesse de Portugal e da União Europeia.

A UE deve reforçar o seu papel como ator global. Neste âmbito, considero que África deve ser uma prioridade. Devemos atuar com os “olhos” em África, apoiando um ambicioso plano de investimentos. Os africanos merecem trabalhar, viver em Paz, serem felizes na sua Terra. Desta forma, poderemos controlar as migrações, que também exigem uma atuação conjunta, coordenada e proativa.

Nas últimas eleições europeias, os “moderados”, os que defendem a UE e os seus valores, felizmente ficaram em maioria. Na verdade, o Partido Popular Europeu, os socialistas, os liberais e os verdes conseguiram eleger 514 dos 751 deputados. Estes grupos políticos têm visões e propostas diferentes, mas procuram consensos e objetivos comuns. No último mandato, na qualidade de coordenador do PPE na comissão dos orçamentos, alcancei consensos com o grupo dos socialistas e dos liberais em todos os dossiês. Com os verdes, os acordos foram esporádicos.

Na semana passada, o meu grupo político, o PPE, nomeou-me negociador para as políticas sociais e económicas, comércio, política industrial e da concorrência, política fiscal, união económica e monetária. O objetivo é obter um acordo com os “moderados”, os grupos políticos dos socialistas, liberais e verdes, para influenciar as prioridades do Conselho Europeu e da Comissão Europeia para os próximos cinco anos. Esta é uma missão difícil, quase impossível. As negociações estão em curso e há vários textos já acordados. Este trabalho, esta procura de consensos alargados, tem a vantagem de influenciar o programa da próxima Comissão e será um forte sinal para o Conselho. 

O que defenderei para os próximos cinco anos no Parlamento Europeu não é novidade. 

Os meus compromissos são públicos. Cumprirei.

Gosto

• O Torneio de Futebol Jovem Braga CUP envolve cerca de 1.800 atletas provenientes de oito países: Portugal, Espanha, França, Brasil, Guiné Bissau, S. Tomé e Príncipe, México e Cazaquistão. Serão 244 jogos a realizar de 30 de junho a 6 de julho. Uma prova de convívio e promoção do desporto, que vai na quinta edição e com importância crescente para Braga e para a região.

• Mario Draghi prepara-se para deixar a presidência do Banco Central Europeu. Mas isso não diminui a sua autoridade nem o potencial de ação da instituição, designadamente no que toca à sua intervenção e definição de rumo sobre os mercados. Em Sintra, assumiu que o BCE está preparado para avançar com novas medidas de estímulo à Zona Euro, gerando uma onda positiva, ou até de entusiasmo, nos mercados e bolsas europeias, para desespero de Donald Trump.

Não-Gosto

• Os números e os contornos da violência doméstica em Portugal são inaceitáveis. O número de mortes tem aumentado e representam mais de um terço dos homicídios em Portugal. Este ano, foram já contabilizadas 17 mortes em contexto de violência doméstica. É urgente agir contra a violência conjugal, sem esquecer os idosos e as crianças.

• O ex-governador do Banco de Portugal e ex-vice presidente do BCE, Vítor Constâncio, tem-se prestado a um desprestigiante papel no âmbito da comissão de inquérito aos créditos ruinosos da Caixa Geral de Depósitos, nomeadamente os financiamentos a José Berardo para a compra de ações do BCP. Direitos de resposta, faltas de memória, más interpretações de declarações, denúncia de mentiras e calúnias, sucessivas explicações e esclarecimentos das suas próprias declarações, vão aumentando a nebulosidade sobre a atuação do BdP e entidades de supervisão.