Os terroristas, para defenderem a sua “ideologia”, matam indiscriminada e cobardemente na tentativa de destruir os valores ocidentais. Atacam a democracia, a liberdade, a igualdade e a tolerância.
As suas ações não têm explicação nem justificação.
O incrível é que a esquerda trauliteira e radical acredita que as razões dos ataques estão nas políticas de direita, na austeridade! Esta esquerda radical e arrogante considera que só nela está a “salvação”. Eles é que são os bons, os “fiéis”, os defensores do povo.
Não sabem que a França, que sofreu no dia 13 de Novembro de 2015 ataques brutais, é governada por François Hollande, que é socialista? Também não sei como é que explicam toda a matança jihadista no Bali ou perpetrada na Nigéria pelo Boko Haram ou, ainda, no Paquistão. São milhares de mortos e de vítimas. São as políticas de direita? Enfim, temos de ter paciência…
Os atentados costumam ser longe de nós. Quanto mais próximos, mais os sentimos. Mas todo o atentado é contra a humanidade. Ninguém pode ficar indiferente a qualquer atentado!
Não é fácil combater indivíduos que atacam tudo e todos e que acreditam que, depois de morrerem ao combater os “infiéis”, terão dezenas de virgens à sua espera…
O combate ao terrorismo deve ser feito à escala global.
Mas cada um deve fazer a sua parte. É evidente que, se um Estado-Membro é laxista e negligente no combate aos terroristas, estes agradecem e “estabelecem-se”. É claro que a atuação da polícia belga, dos seus serviços secretos, deixam muito, muito a desejar.
A atitude da generalidade dos Estados-Membros da União Europeia está longe do mínimo aceitável. As competências são nacionais. Mas tal significa que o mínimo que se exigia era uma maior partilha de informação, a cooperação entre os serviços secretos, a coordenação de ações. A União Europeia tem sempre as costas largas. Mas eu insisto: a falha é da responsabilidade dos Estados-Membros. Precisamos, também neste domínio, de mais Europa. Há que prevenir. Temos de ter uma polícia comum que controle as fronteiras externas e, no mínimo, as polícias, os serviços secretos devem ser reforçados e têm de partilhar toda a informação relevante.
Não podemos entrar numa deriva paranóico-securitária. Não podemos ter um polícia para cada cidadão. Temos de consensualizar o combate aos terroristas com o direito à privacidade e da proteção de dados pessoais. Tal não significa brandura e candura para com os terroristas! Tem de haver, em simultâneo, bom senso e mão pesada.
Claro que vão existir novos atentados cobardes e que são impossíveis de evitar. Como impedir que estes terroristas avancem, por exemplo, com carros sobre uma qualquer concentração de pessoas? Como evitar o fabrico de armas artesanais?
Temos de apostar tudo na prevenção. Atacar o tráfico de armas. Identificar e vigiar os potenciais terroristas, perceber o momento da sua radicalização. Atacar os que recrutam jovens para a causa. Estar presente na internet e nas redes sociais. Os serviços secretos têm de se infiltrar nas redes de recrutamento.
Temos de evitar o aumento dos extremismos, do radicalismo de esquerda e direita. É inaceitável que se utilizem os atentados para atacar os refugiados. É bom que se repita que nenhum dos terroristas envolvidos nos atentados era refugiado! Nos atentados de Paris e de Bruxelas, os terroristas são cidadãos belgas e francesas. Convém lembrar que os refugiados estão a fugir deste tipo de “gente”.
As marcas ficam. De cada uma das vezes que eu passar (costuma ser duas vezes por semana) no local onde uma das bombas explodiu, no aeroporto de Bruxelas, lembrar-me-ei dos atentados e das vítimas. Não tenho forma de esquecer. Mas continuarei com os mesmos procedimentos, a mesma forma de vida. Ter medo e alterar a nossa forma de viver seria dar a vitória aos terroristas.
Temos de avançar. Sem medo.