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Atenção ao impacto das tecnologias da informação e das comunicações na coesão territorial

O Eurodeputado José Manuel Fernandes reclamou hoje uma atenção especial para a coesão territorial no âmbito de políticas e estratégias de implementação das tecnologias da informação e das comunicações (TIC). Uma preocupação acentuada pelo reconhecimento da “mais-valia de grande impacto” que constituem as TIC para o crescimento e desenvolvimento económico da Europa e das regiões.

Intervindo numa conferência sobre a implementação da Agenda Digital Local promovida pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), em parceria com a Xunta da Galiza e o Eixo Atlântico, José Manuel Fernandes defendeu que “a sociedade digital deve ser vista como boa para todos e favorável a um desenvolvimento inteligente, sustentado e inclusivo”.

Assim como Lisboa não é o país, também o Porto não é o Norte. E para percebermos a realidade do nosso território, basta retirarmos o Porto e o Quadrilátero Urbano do Minho (Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos) da média do PIB per capita, e veremos a dimensão do problema de um desenvolvimento desequilibrado e injusto”, desafiou o eurodeputado, durante a conferência que decorreu na Fundação Manuel António da Mota, no Porto.

Frisando que a Agenda Digital para a Europa constitui uma das sete iniciativas emblemáticas da estratégia Europa 2020, José Manuel Fernandes sustentou que “a utilização inteligente da tecnologia e a exploração da informação contribuirão para vencermos os desafios com que se defronta a sociedade”.

Entre esses desafios, referiu “a sustentabilidade de uma sociedade que envelhece, o combate às alterações climáticas, a redução do consumo de energia, o aumento da mobilidade e da eficiência dos transportes, uma maior capacidade de intervenção dos doentes e a inclusão social das pessoas com deficiência”.

José Manuel Fernandes defendeu que a utilização estratégica das TIC permite “criar e acrescentar valor”, assim como promover “rapidamente um ciclo virtuoso que transforme eficiência em crescimento”, a par de um “aumento da produtividade e uma melhoria da eficiência operacional”. Garantir cuidados de saúde mais personalizados, um ensino de maior qualidade e uma participação mais democrática na vida pública são outros dos benefícios apontados.

De acordo com dados avançados pelo eurodeputado, as TIC representam 5% do PIB europeu, com um valor de mercado de 660.000 milhões de euros anuais. E contribuem em muito maior percentagem para o crescimento geral da produtividade: 20% directamente do setor das TIC e 30% dos investimentos nestas tecnologias.

O Eurodeputado defendeu que “Portugal e a Europa não podem perder o comboio na área das TIC”, apontando para os avanços dos EUA, Japão e Coreia do Sul.

“Portugal tem um grande investimento a realizar nesta área. Precisamos de saber onde estamos e o que temos. Precisamos, desde logo, de ter um cadastro com as infra-estruturas existentes nesta área. Depois, podemos utilizar os fundos e programas europeus para este objetivo”, desafiou José Manuel Fernandes, frisando que, “em 2015, prevê-se que haja mais de 700.000 empregos de alta qualidade no setor das TIC por preencher”.

A Agenda Digital Europeia defende a criação de um mercado único digital baseado na Internet de banda larga rápida ou ultra-rápida e na interoperabilidade. “Tal reforçará a competitividade, produtividade e criação de emprego”, atestou o Eurodeputado. Adiantou ainda que a UE aponta como objetivo, até 2020, assegurar acesso à Internet de banda larga ultra-rápida (30 Mbps ou mais) para todos e acesso de, pelo menos, metade dos agregados familiares europeus a ligações ultra-rápidas à Internet, com débitos superiores a 100 Mbps.