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Alemanha pode tornar-se a ‘China da Europa’

Um dia desses, a Alemanha será a nova China da Europa”. O alerta é do eurodeputado José Manuel Fernandes, que defende a importância de a Europa dar prioridade à recuperação do sector industrial e produtivo, evitando o risco da actividade económica da grande maioria dos países europeus se cingir aos serviços.

Intervindo no âmbito do ciclo de conferências intitulado ‘Líderes empresariais cristãos e Portugal’ organizado em Braga pela Associação dos Empresários e Gestores Cristãos (ACEGE), o eurodeputado do PSD fez uma análise detalhada da actual situação de crise financeira, económica e social da Europa, apontando também caminhos para a revitalização europeia.

Para José Manuel Fernandes, a Europa corre mesmo o risco de ver “a Alemanha se tornar a nova China da Europa”, por se afirmar como o único país com capacidade industrial exportadora do continente europeu.

“Não se pode esquecer a necessidade de se reindustrializar a Europa”, avisou, lembrando que, “em 2020, cerca de três quartos dos empregos na União Europeia estarão no sector dos serviços”. Uma situação que “resulta da contínua transição do emprego da agricultura e indústria para os serviços”.

Para José Manuel Fernandes – membro da comissão dos orçamentos –, “a Europa deve ela própria ter força para liderar compromissos à escala mundial, e nomeadamente no âmbito do G20”. Como exemplo, referiu que “o imposto sobre as transacções financeiras não pode ser assumido, de forma unilateral pela UE”.

No entanto, salientou que “é claro que o sector financeiro deve assumir a sua quota parte de responsabilidade na crise económica que ainda nos assola”. Até proque, “até ao momento, foi a economia real, os contribuintes, os consumidores, os serviços públicos e a sociedade em geral a pagar uma parte substancial dos custos e das consequências da crise financeira”.

José Manuel Fernandes defendeu a “adopção pela União Europeia de uma posição comum no quadro internacional das reuniões do G20, avaliando para tal, e em primeiro lugar, o impacto de um imposto global nas transacções financeiras”.

O eurodeputado frisou que “nesta avaliação deve-se, nomeadamente, avaliar os efeitos da introdução de impostos sobre as transacções financeiras unicamente na UE, por oposição à sua introdução a nível mundial”.