António Costa e os socialistas são ótimos na arte da farsa e do disfarce, na venda de gato por lebre, na manipulação dos números e na construção de narrativas que a realidade desmente. Foram eles que levaram Portugal à bancarrota, mas são eles que se autointitulam os homens das contas certas. Diminuíram o rendimento dos portugueses através de um brutal aumento de impostos, mas dizem que devolveram rendimentos. Apresentam um orçamento para 2022, onde os portugueses perderão rendimentos, mas dizem que não há austeridade, mas “apenas” contenção. Os salários não serão atualizados de acordo com a inflação, porque segundo o Ministro das finanças, Fernando Medina, “acrescentava um motor à inflação”, haveria uma escalada inflacionista. Está aqui mais uma prova de que um governante socialista pode afirmar “por inteiro” aquilo que um governante do PSD nunca poderia dizer “por metade”. Os governantes socialistas são inimputáveis. Castigam os portugueses, mas dizem-se solidários. As ações dos governos socialistas contrariam as proclamações. Estão a encher os “bolsos” do Estado com os combustíveis. Quanto mais alto for o preço do barril do petróleo mais receitas conseguem. Não se pede para diminuírem as receitas do Estado. Mas o mínimo que deveriam fazer seria não ganharem dinheiro à custa da guerra e do sofrimento dos portugueses. A solução seria simples: ajustar o Imposto sobre os produtos petrolíferos de forma automática em função do preço dos combustíveis.
Com a governação socialista teremos sempre uns pequeníssimos aumentos nos salários que, no entanto, são retirados aos portugueses através do aumento de impostos indiretos. Depois há sempre uns floreados conseguidos através dos fundos europeus, como por exemplo o apoio a creches, fazendo-se de conta que são méritos nacionais.
Os números, esses, são lidos com a criatividade e elasticidade necessária. “Torturam” os números até estes demonstrarem o que lhes é conveniente. A nossa dívida pública vai aumentar em 2023. Mas o governo dirá, com verdade, que a dívida pública diminuiu em função do PIB. É que o PIB vai crescer à boleia da inflação. Também desta forma a carga fiscal ainda que aumente, baixará em relação ao PIB. Até a receita fiscal, como por exemplo o IVA, vai aumentar “graças” à inflação. Os enormes montantes dos fundos europeus também eles ajudam a que o Estado tenha mais receita do IVA. O governo dirá ainda que terá mais receitas no orçamento escondendo que está inflacionada porque incorpora os montantes do PRR.
O problema é que com este governo, mais receita é sempre mais Estado e mais centralismo. O aumento de receita deveria servir para modernizar o país. Os fundos europeus deveriam ajudar a termos um Portugal mais competitivo e com menos desigualdades, e que contribuíssem para se aumentar o salário de todos os Portugueses. Os salários dos portugueses, todos os salários do público e privado, são muito baixos. A má notícia é que continuarão baixos e com a inflação os portugueses vão, na prática, ter um corte no seu rendimento mensal. A inflação enche os cofres do Estado, mas retira rendimentos aos trabalhadores e pensionistas. Como referi, a inflação ajuda a aumentar o PIB e por isso o governo já se apressou a afirmar que não há recessão e como tal não há austeridade. Os salários de funcionários públicos terão um aumento de 0.9%, mas a inflação estimada é de 4%! Há uma enorme e real perda de rendimentos. Mas cuidado! O governo proíbe que se diga que há austeridade.
Portugal vai definhando. Estamos a ser ultrapassados por Estados-membros que quando aderiram à UE eram muito mais pobres do que nós. Enquanto tivermos fundos europeus e um governo socialista cairemos – anestesiados – sem dor e sem dar conta. É que as enormes quantidades de fundos disfarçam a incompetência. Sem os fundos europeus não teríamos investimento público, investigação, formação profissional, apoio às empresas, agricultores, pescadores e juventude.
Já repararam que ainda não temos o orçamento de 2022 aprovado? Alguém nota a diferença? Não se nota porque a execução em duodécimos serve perfeitamente para um orçamento que só paga despesas correntes. Não devíamos chamar governo a quem apresenta, aprova e depois gere um orçamento que na prática é só para despesa corrente e que não é sequer executado conforme o aprovado. Mas com os governos socialistas tudo fica mais adocicado. Aos cortes orçamentais chamam cativações, o que permite ainda evitar orçamentos retificativos. A criatividade, o eufemismo foram premiados: a invenção de Centeno deu-lhe como prémio o cargo de Governador do Banco de Portugal.
As poucas medidas previstas de apoio às famílias e às empresas são insuficientes para colmatar o aumento dos custos energéticos e das matérias-primas. Não há planeamento, não há estratégia de médio e longo prazo. Há um navegar à vista, uma ausência de ambição, uma governação medíocre.
Ainda assim, tenho a esperança que Portugal vai acordar e ainda a tempo de recuperar o tempo perdido.
Gosto
+ Os autarcas e várias instituições portuguesas, como as IPSS e as Misericórdias, são um exemplo de inclusão e apoio solidário no acolhimento dos refugiados ucranianos. Também é bom saber que somos o segundo país da União Europeia com maior taxa de naturalização de estrangeiros sem que tal constitua um problema ou conduza a tensões. Não podemos esquecer que também nós emigramos. Devemos fazer aos outros o que gostamos que nos façam a nós.
+ É de saudar o talento e a capacidade de inovar da Universidade do Minho. É a instituição com mais pedidos de patentes. Só no ano passado a UM submeteu 13 invenções ao Instituto Europeu de Patentes. A transferência e valorização do conhecimento fazem parte do ADN desta nossa excelente instituição que é essencial para a nossa competitividade e atratividade. Parabéns a todos aqueles que fazem acontecer na Universidade do Minho.
Não-Gosto
– A função pública perde até 6,2% do poder de compra com este Governo. António Costa não cumpriu com o prometido e nos seus governos, apesar de aumentar os salários, ficou muito longe do impacto da inflação. Como cativar e manter os bons profissionais a trabalhar no Estado? Como recrutar jovens para acrescentar valor ao quadro de pessoal do Estado quando estes não querem trabalhar na função pública?
– A Rússia continua a cometer atrocidades e a perpetrar crimes de guerra. Os culpados não podem ficar impunes. A UE tem de reforçar as sanções e não pode continuar a financiar as armas do Sr. Putin através da compra de energia. O Sr Putin tem de ser derrotado. Espero que perca -desde já- em França nas eleições presidenciais do próximo Domingo. É que seria um desastre para a UE a vitoria da Sra Le Pen.