Na simplicidade do mundo rural e das suas tradições e valores, o deputado europeu José Manuel Fernandes garante que se pode encontrar as mais fortes motivações para a salvaguarda do mundo e do ambiente, lamentando os escassos resultados da cimeira de Copenhaga sobre alterações climáticas.
Na apresentação de um livro de poemas da autoria de Irene Ferreira, natural de Aboim da Nóbrega, no concelho de Vila Verde, o eurodeputado destacou a importância do património natural e social de uma aldeia como “o melhor exemplo para demonstrar a necessidade da luta contra os efeitos da poluição e do aquecimento global”.
“Perante estas insubstituíveis vivências típicas de uma aldeia, os valores e todo o património que herdamos dos nosso antepassados, agrava-se a nossa desilusão perante a incapacidade dos líderes mundiais em perceber a importância de travar os índices de poluição e a destruição do mundo”, afirmou José Manuel Fernandes, que sábado à tarde apresentou em Aboim da Nóbrega o livro ‘As Minhas Marcas’, da autoria de Irene Ferreira e editado com o apoio da Câmara de Vila Verde.
“Face ao que aconteceu em Copenhaga, e no contexto da globalização do mundo actual, não encontro melhores palavras para a mensagem que os líderes mundiais deveriam ouvir, para perceberem a importância e a necessidade de irmos mais longe na protecção deste mundo”, frisou José Manuel Fernandes.
Perante dezenas de pessoas que assistiram à cerimónia animada pela Banda Musical de Aboim da Nóbrega, o eurodeputado destacou ainda do livro “as marcas do bairrismo e do orgulho dos que nasceram e dos que vivem na aldeia”, assim como “o carácter descritivo e sentimental das memórias, das tradições, da cultura, da natureza e do ambiente social e familiar próprios do mundo rural”.
Para José Manuel Fernandes, ‘As Minhas Marcas’ – um livro com 56 poemas que resultou do desafio lançado quando era ainda presidente da Câmara de Vila Verde à autora – “é uma oportunidade para recuperar saudades e emoções, num tempo que hoje anda muito mais depressa”.
Visivelmente emocionada, Irene Ferreira agradeceu o reconhecimento público da obra na sua terra natal e agradeceu o apoio da Câmara de Vila Verde. O presidente da autarquia, António Vilela, enalteceu “a obra e as palavras escritas que ficam a marcar o património e o futuro do concelho”.
Numa cerimónia que contou ainda com a participação do presidente da Assembleia Municipal, João Lobo, a vereadora Júlia Fernandes – responsável pelas áreas da educação e da cultura – declamou alguns poemas da obra, destacando as referências à aldeia de Aboim da Nóbrega.
“Este livro passa a fazer parte do património do concelho, porque é um testemunho valioso para que os vilaverdenses possam no futuro conhecer e perceber as tradições e valores da sua terra, com as quais não puderam contactar directamente”, sublinhou Júlia Fernandes, reforçando a aposta numa “política municipal de apoio aos escritores da terra”.
A autora
Irene Pereira Dias Ferreira, nasceu em 1948 na aldeia de Aboim da Nóbrega, do concelho de Vila Verde. Passou a sua infância em Aboim e os estudos levaram-na a passar a adolescência