Os entraves à navegabilidade do ferry-boat de Santa Rita de Cássia, no Rio Minho, são “inaceitáveis, no actual contexto de crise económica agravada e da necessidade de garantia da mobilidade no espaço europeu”, razão pela qual o eurodeputado José Manuel Fernandes reclama que os governos de Portugal e da Galiza dêem rapidamente cumprimento ao acordo em vigor para a manutenção de um canal transversal entre Caminha e A Guarda.
Numa visita ao rio Minho, na companhia da presidente da Câmara de Caminha, Júlia Paula Costa, o deputado europeu reconheceu a importância do ferry na dinâmica sócio-económica desta região transfronteiriça e comprometeu-se a enveredar esforços junto das instâncias europeias para a resolução do problema.
Em causa está a ausência de extracção de materiais inertes no canal transversal do Rio Minho entre Caminha e A Guarda, para assegurar a navegabilidade do ferry-boat, que actualmente está obrigado a parar durante a baixa-mar, devido ao assoreamento do rio. A necessária de extracção de inertes é actualmente da competência das autoridades espanholas, ao abrigo de uma resolução assinada por representantes governativos das duas regiões ibéricas.
“Esta é a primeira porta de Portugal para a Europa”, frisou a autarca Júlia Paula Costa, visivelmente preocupada com os efeitos do incumprimento da resolução de 2008, envolvendo os governos de Portugal e da Galiza e rubricada por Governo Civil de Viana do Castelo e Delegação do Governo da Galiza relativamente à autorização da extracção de materiais inertes no canal de navegação do Rio Minho
Enaltecendo os esforços e o empenho desenvolvidos pela Câmara de Caminha para a resolução do problema, o deputado europeu José Manuel Fernandes lamentou os prejuízos inerentes de uma situação que é da responsabilidade e da competência das autoridades governativas de Portugal e da Galiza.
José Manuel Fernandes adiantou que vai verificar se existem candidaturas no âmbito desta região transfronteiriça que possam vir a ser penalizadas face à actual situação de dificuldade acrescida de mobilidade entre os dois países, prometendo chamar a atenção das instituições da União Europeia.
Com capacidade para transporte de pessoas e cargas, incluindo veículos pesados e ligeiros, o Ferry-boat Santa Rita de Cássia é utilizado por mais de 200 mil pessoas por ano, assumindo-se como elemento de grande importância na dinamização social e económica das localidades minhota e galega.