No âmbito de uma jornada dedicada ao concelho de Fafe, o Eurodeputado José Manuel Fernandes encontrou-se com alunos daEscola EB2,3 de Arões que estão a trabalhar num projecto a candidatar ao ‘Prémio Escola na Europa’. A iniciativa serviu para realçar o impacto da União Europeia no desenvolvimento dos países e das regiões e na vida quotidiana das pessoas.
“É crucial para o sucesso da vida de cada um de nós perceber que vivemos hoje uma realidade marcada pela Globalidade, o que nos leva para desafios cada vez mais exigentes e competitivos”, afirmou o Eurodeputado, em defesa de uma postura mais positiva e activa no contexto europeu.
“Não devemos andar sempre a chorar e queixar-nos, mesmo quando nos dão oportunidades. Temos é que perceber a importância de fazermos o nosso trabalho bem feito e aproveitar da melhor forma os recursos disponíveis”, apontou José Manuel Fernandes.
Nesse âmbito, desafiou os alunos a apostarem na formação para poderem beneficiar do cada vez mais exigente e concorrente mercado de trabalho, o que vincou como sendo uma oportunidade que também pode ser criticada se não houver um bom trabalho. Algo que disse acontecer mais vezes do que seria desejável.
Em contraponto, o Eurodeputado teve a oportunidade de constatar o nível de conhecimentos sobre a União Europeia que foi demonstrado pelos alunos do 8º ano da EB 2,3 de Arões.
No âmbito da Área de Projecto da responsabilidade do professor João Paulo Freitas, com a coordenação das directoras de turma Orlanda Silva e Teresa Rodrigues, estes alunos estão a desenvolver um projecto para o ‘Prémio Escola na Europa’ – que José Manuel Fernandes lançou este ano lectivo e que se dirige a todos os estabelecimentos escolares dos distritos de Braga e Viana do Castelo, tendo em vista promover e distinguir trabalhos sobre a União Europeia e o Minho. Uma iniciativa que a directora da escola, Isabel Gonçalves, destacou pelo incentivo para promover o conhecimento sobre a União Europeia, o contexto histórico e o seu impacto crescente na vida nacional e do quotidiano das pessoas.
Eficácia administrativa da UE
Numa jornada que serviu também para um encontro com o presidente da Câmara Municipal de Fafe, José Ribeiro, o Eurodeputado José Manuel Fernandes destacou os benefícios que os países e as populações têm podido colher do processo de integração europeia. Fez mesmo questão de desmistificar alguns equívocos sobre a influência da Europa na vida das pessoas e dos países.
José Manuel Fernandes apontou mesmo a eficácia administrativa da União Europeia como um bom exemplo a seguir por Portugal e pela Administração Central. E alertou que problema da burocracia e do centralismo tem-se revelado como o grande entrave à capitalização dos fundos comunitários por parte do nosso País, com particular prejuízo para os vales do Cávado e Ave.
“As despesas administrativas da UE representam apenas cerca de 6% do total das despesas inscritas no Orçamento da União. Não conheço nenhum Estado ou organismo público que tenha uma tão baixo nível de impacto da despesa administrativa no seu orçamento, ao contrário do que muita gente pensa e muitas vezes é transmitido por vozes e opiniões desinformadas”, esclareceu José Manuel Fernandes, chamando ainda atenção para a dimensão do universo institucional europeu.
O orçamento da UE ascende a um valor total de 141.818,3 milhões de euros em termos de dotações de autorização, o que corresponde a 1,13% da riqueza económica criada anualmente pelos países, ou seja o Rendimento Nacional Bruto da União Europeia.
Para o eurodeputado socialdemocrata, o actual momento de crise é também uma oportunidade para reforçar os incentivos à “eficiência das máquinas administrativas” em Portugal, o que só se traduzirá em benefícios para a população, graças às mais-valias que isso representaria para a dinamização económica e social. Trata-se de uma necessidade ainda mais premente face aos baixos índices de aproveitamento dos fundos comunitários, o que se reflecte com particular preocupação nos vales do Cávado e Ave.
“O centralismo e a burocracia estrangulam as regiões”, denunciou, considerando que os seus efeitos negativos são claramente evidentes no desequilíbrio regional que se verifica actualmente no País, em prejuízo do Norte.
O Eurodeputado aproveitou, aliás, o encontro com o presidente da Câmara de Fafe e líder da Comunidade Intermunicipal do Ave para defender a necessidade de concertação de esforços de forma a corrigir problemas e aumentar o recurso aos fundos e programas comunitários.