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Mais responsabilidade e exigência na construção de um caminho sustentável para o País

No actual contexto de profunda crise económica e social em que Portugal está mergulhado, o Eurodeputado José Manuel Fernandes mantém o optimismo quanto às capacidades do País em superar dificuldades, mas alerta contra “os discursos fáceis e populismos demagogos que só servem para iludir as pessoas e agravar as suas condições de vida”.

Numa palestra sobre ‘Ser Social Democrata’ que a JSD promoveu em Guimarães, José Manuel Fernandes deixou uma mensagem de “esperança no futuro” e também no sistema democrático, “se todos os portugueses souberem participar de forma activa e séria para uma cultura de responsabilidade e exigência na construção de um caminho sustentável para o País, no contexto europeu e global”.

Temos de dar à volta a isto, porque podemos e temos capacidade para isso. Mas há que tomar outro rumo”, desafiou José Manuel Fernandes, numa iniciativa onde foi reiteradamente referenciado como “o eurodeputado do Minho” e elogiado pelo “excelente trabalho” desenvolvido no Parlamento Europeu.

Ladeado pelo presidente da JSD/Guimarães, Alexandre Cunha, o eurodeputado socialdemocrata reconheceu que os jovens são dos que mais estão a sofrer com a actual crise, como provam os números do desemprego, aproveitando para defender uma cultura de exigência, coragem e ambição.

“São factores fundamentais para a competitividade e para a alavancagem do país”, sustentou, desafiando os jovens a seguirem “o exemplo de coragem” transmitido por Francisco Sá Carneiro.

Chamou também a atenção para os muitos exemplos de sucesso profissional de portugueses no estrangeiro. “Se somos bons lá fora, também temos que o ser cá dentro”, frisou, naquela que foi a terceira edição da iniciativa ‘Ser Social Democrata’ – depois das edições do no ano passado com Luís Marques Mendes e Pedro Passos Coelho.

Na sessão que teve lugar na Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG), perante dezenas de jovens e também elementos da estrutura concelhia do partido, como André Coelho Lima, Luís Cirilo e o administrador hospitalar Delfim Rodrigues, o eurodeputado deixou uma perspectiva europeia da actual situação portuguesa, que reconheceu como “muito preocupante” e com consequências para as gerações futuras.

Entre as críticas à “actual desgovernação socialista” do País, José Manuel Fernandes repudiou o centralismo lisboeta e o abandono do mundo rural, que agravou os desequilíbrios do País, em prejuízo do Norte e particularmente do Minho. Frisou que “Portugal é um País duplamente inclinado, para o Litoral e Lisboa”, ao ponto de levar que o Norte seja hoje a região mais pobre.

“Como é que andamos sempre a reclamar a solidariedade da Europa e a defender maior coesão dentro da UE a favor de Portugal, mas dentro do nosso País fazemos exactamente o contrário”, questionou, salientando a importância da credibilidade do País, dos políticos e também dos agentes sociais para a construção do futuro. Nesse âmbito, valorizou “a cultura do mérito” e salientou a obrigação moral, ética e social de se acabar com o ‘jobs for the boys’.

Com a Europa e a população mundial como pano de fundo, José Manuel Fernandes sensibilizou também os jovens para a solidariedade inter-geracional, face à necessidade de encontrar para o envelhecimento da população mundial, que apontou como um dos grandes desafios da actualidade, a par das alterações climáticas e da escassez de matérias-primas.

Apesar dos tempos de dificuldades, o eurodeputado colocou-se contra a cultura do medo que se implantou em Portugal e também na Europa, sobretudo entre os seus líderes políticos. Defendeu que tem de haver “mais estratégia e menos táctica”. Para isso, “é importante que se deixe de governar apenas ao sabor de sondagens e interesses meramente eleitoralistas, comprometendo todo um País e o seu futuro”.

O eurodeputado fez questão se sublinhar que é preciso falar verdade, numa altura em que Portugal e os restantes estados-membros assumiram compromissos no âmbito da Estratégia 2020, em que há objectivos claros a favor da juventude e da coesão social em que Portugal se encontra muito atrasado. É o caso da formação superior dos jovens, da luta contra o abandono escolar e a diminuição da pobreza.

José Manuel Fernandes aproveitou para defender que a social democracia é o melhor caminho para garantir os valores sociais e a igualdade de direitos e oportunidades entre as classes sociais. “Não adianta dizer às pessoas que podem viver, de borla, à custa do Estado. É preciso garantir a sustentabilidade do Estado Social. Isso é que marca a diferença da social democracia e do que é ser social democrata, onde se destacam valores como o humanismo, a liberdade, a igualdade e também o mundo rural e a agricultura, que muitas vezes são falsamente apresentados às pessoas como exclusivos de determinados partidos ou tendências partidárias”, argumentou.