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Portugal deve aproveitar melhor recursos da União Europeia

O Eurodeputado José Manuel Fernandes esteve hoje na Assembleia da República para explicar o processo orçamental da União Europeia e o contexto das negociações para o Quadro Financeiro Plurianual 2014-2020.

Perante os deputados portugueses, José Manuel Fernandes sublinhou a importância de Portugal encetar rapidamente iniciativas que garantam um melhor aproveitamento dos recursos comunitários disponíveis, ainda no actual quadro financeiro plurianual europeu, que termina em 2013.

É fundamental aproveitar bem os fundos comunitários, antes de mais como recurso para promover o crescimento económico, o que ganha uma importância acrescida em tempo de crise e face ao problema das dívidas soberanas. Mas também é importante por uma questão de credibilidade para a defesa da posição de Portugal na definição do próximo Quadro Financeiro Plurianual”, afirmou José Manuel Fernandes, ouvido nas comissões de Assuntos Europeus e de Orçamento, Finanças e Administração Pública, enquanto relator dos orçamentos das instituições da UE para 2012.

Para superar a má execução do QREN-Quadro de Referência Estratégico Nacional, o Eurodeputado do PSD explicou que a Comissão Europeia já se manifestou favorável a um aumento de comparticipações comunitárias dos projectos e a adiantamentos de pagamentos, assim como está disponível para alterações nos Programas Operacionais.

Na audição parlamentar, José Manuel Fernandes salientou a forte dependência do orçamento da UE em relação aos contributos directos dos estados-membros, pelo que se manifestou claramente favorável ao reforço e criação de novos recursos próprios da União Europeia, com particular destaque para a criação de uma taxa sobre as transacções financeiras, conforme proposta da Comissão Europeia.

Relativamente ao próximo Quadro Financeiro Plurianual, o Eurodeputado adiantou que os recursos financeiros serão orientados para a concretização da Estratégia da Europa 2020 e dos seus objectivos: 75% da população activa empregada, mais investimento em investigação, redução das taxas de abandono escolar, diminuição da pobreza e economia mais ambiental com redução de emissões e aumento da eficiência energética e produção de energias renováveis.

No que toca ao orçamento da UE para 2012, José Manuel Fernandes deu conta dos entraves que têm sido levantados pelo Conselho e da escassez de recursos, mas mostrou-se esperançado que os estados membros – sobretudo Reino Unido, Suécia, Finlândia e Dinamarca – façam cedências em relação às propostas da Comissão e do Parlamento.

No projecto de orçamento, a Comissão propôs uma dotação superior a 147,8 mil milhões de euros para autorizações e mais de 132,7 mil milhões de euros para pagamentos. No entanto, o Conselho fez cortes de 1,59 mil milhões em autorizações (-1,08%) e 3,65 mil milhões em pagamentos (-2,75%). Já o Parlamento apoia uma versão mais próxima da Comissão: com menos 62 milhões de euros em autorizações e mais 404 milhões em pagamentos.

Relativamente aos orçamentos das instituições da União Europeia e concretamente do Parlamento, José Manuel Fernandes sublinhou que a actualização orçamental foi uma das baixas da história e assegurou que foram efectuados todos os cortes possíveis, sem pôr em causa a necessidade da excelência governativa e a concretização de compromissos e obrigações legais.