O Eurodeputado José Manuel Fernandes defendeu hoje, em Castelo de Neiva, Viana do Castelo, que os jovens devem ser os primeiros a defender a União Europeia e o Euro, considerando que se tratam de umgarante de qualidade de vida e uma mais-valia de desenvolvimento económico e social no contexto mundial. Mesmo apesar dos problemas criados pela crise actual.
Numa sessão com alunos do 3º ciclo doAgrupamento de Escolas da Foz do Neiva, sobre ‘A conjuntura actual do Euro: vantagens e desvantagens’, José Manuel Fernandes salientou que “não há sítio nenhum no Mundo onde se viva melhor do que na União Europeia, nem mesmo nos EUA, onde há maiores desequilíbrios sociais e menor protecção social”.
Apesar de reconhecer o actual quadro de grave crise na Europa e da Zona Euro, assim como os elevados números de desemprego com maior repercussão entre os jovens, o Eurodeputado do PSD chamou a atenção que os problemas seriam muito mais graves se Portugal não estivesse integrado na União Europeia e na Zona Euro.
Nomeado esta semana relator do Parlamento Europeu para o Fundo de Solidariedade e depois ter assumido novas funções políticas na área orçamental e ambiental, José Manuel Fernandes fez questão dedesmistificara ideia de que a actual crise é um problema do Euro, apontando como exemplo os problemas graves por que atravessa oReino Unido. Além disso, mostrou-se convicto de que “a Grécia, mesmo que entre em situação de falência, não quererá abandonar o Euro”.
“A eventual saída de um estado-membro do Euro, como Portugal, acarretaria custos elevados e até mesmo dramáticos para o país, tanto ao nível do Estado como das empresas e sobretudo dos cidadãos, que ficariammais pobres e com um futuro de várias décadas hipotecado”, alertou, chamando a atenção para a necessidade de se evitar a desvalorização devalores e direitos, num mundo onde China e Índia são potências de referência cada vez mais acentuada.
Em seu entender, adesvalorização da moedanão é uma solução para resolver qualquer crise ou tornar a economia de um país mais competitiva. Além disso, “assistiríamos a uma sucessão de desvalorizações de moeda, em que os Estado-Membro entravam em competição nessa desvalorização, que só tornariam as pessoas e os Estados mais pobres”.
O eurodeputado apontou para estimativas que avaliam ocusto da saída do europor parte de um país em recessão ou sob assistência financeira internacional – como Grécia, Portugal – entre9.500 a 11.500 euros por pessoano primeiro ano, o que equivalaria a cerca de40% a 50% do PIB. Nos anos seguintes, o custo anual seria de 3.000 a 4.000 euros por pessoa. Além disso, os custos da saída incluiriam o incumprimento soberano, incumprimento de empresas, colapso do sistema bancário e colapso do comércio internacional. Atémesmo no caso de uma potência económica europeia, como a Alemanha, os cidadãos e as empresas sairiam extremamente prejudicados.
Entre asvantagensdo Euro, apontou “uma moeda estável, que permite um planeamento a mais longo prazo em muitas áreas da actividade económica, e baixa inflação que preserva o valor dos investimentos, das poupanças e dos salários”, assim como ausência de taxas de câmbio e um mercado concorrencial mais alargado.
Numa sessão muito participada pelos alunos, José Manuel Fernandes recomendou uma aposta naformação de qualidade e exigente, a aprendizagem de línguas como o inglês. Para fazer face à actual crise, o eurodeputado do PSD defendeuinvestimentos sustentáveis, como por exemplo na área ambiental – nomeadamente na agua e no saneamento, e em projectos que favoreçam as pequenas e médias empresas(PME).
“Há 23 milhões de PME na Europa e 23 milhões de desempregados. Bastava cada PME ciar um emprego para o desemprego desaparecer. Será fácil compreender a importância de garantir recursos e contextos favoráveis para que as PME posam criar mais um emprego que seja”, apontou José Manuel Fernandes, que deixou diversas notas sobre o funcionamento das instituições europeias e a actual conjuntura da União Europeia no contexto global.