Universidades desafiadas a organizar pacotes de oferta turística que valorizem potencialidades da região

As instituições de ensino superior podem assumir um papel determinante na valorização das potencialidades turísticas do Minho como fator de desenvolvimento sustentável do território e promotor do emprego, procurando estruturar e organizar pacotes de oferta turística que aproveitem todo o potencial disseminado pela região.

O desafio foi lançado pelo Eurodeputado José Manuel Fernandes, no encerramento do congresso internacional de turismo ‘Gestão Turística: Tradição, Inovação e Empreendedorismo’, organizado pelo Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA), em Barcelos, e que juntou intervenientes e participantes de diferentes países, sobretudo da Europa e América.

Sublinhando a sua convicção sobre o Minho enquanto “a região com maior diversidade concentrada no mundo”, José Manuel Fernandes destacou que “a região dispõe de recursos e potencialidades únicas que nem sempre valorizamos e damos a devida importância”, concretizando diversos exemplos das mais-valias turísticas que se pode encontrar ao longo de todo o Minho.

“O problema é que as pessoas que aqui vêm nem sempre conseguem ter acesso a todas estas ofertas”, lamentou. Para superar esse problema, o deputado ao Parlamento Europeu entende que “as universidades podem assumir um papel de grande importância e ajudar a estruturar pacotes turísticos, que identifiquem e organizem todo um conjunto de ofertas e potencialidades únicas de que dispomos na nossa região”.

No levantamento das mais-valias minhotas, José Manuel Fernandes apontou que “este nosso território tem uma identidade própria bem vincada, vai desde o mar ao interior e alto serrano, com rios, espaços naturais e paisagísticos fantásticos, o único parque nacional do país – a Peneda-Gerês –, a gastronomia, uma ruralidade que preserva fortes e variadas tradições, um inigualável património religioso, histórico e cultural”, apontou o deputado ao parlamento Europeu.

Destacou ainda grandes potencialidades noutras áreas, como a qualidade dos serviços de saúde e assistencial, com uma importância cada vez maior numa Europa que enfrenta o desafio do acentuado envelhecimento da população. E sublinhou o facto de estarmos numa região servida por voos ‘low cost’ através do aeroporto Sá Carneiro.

Tudo isto são forças que nem sempre sabemos utilizar bem. E no Minho, que é também uma referência na inovação e na investigação científica, onde temos o Instituto de Nanotecnologia, excelentes universidades e empresas com grande sucesso na economia global, devemos rentabilizar melhor as potencialidades turísticas, até porque é uma forma promover a preservação do património histórico, da nossa natureza e da biodiversidade”, defendeu José Manuel Fernandes, frisando ainda que o turismo é um setor com grande peso na economia e nos índices de emprego.

Desafio bem acolhido no IPCA

O desafio lançado pelo eurodeputado foi, de resto, bem acolhido pelos responsáveis do IPCA e agentes que participaram no encerramento do Congresso Internacional de Turismo.

O vice-presidente do Instituto Politécnico, Agostinho Silva, assegurou que a instituição vai procurar concretizar a ideia, que vem de encontro aos objetivos da instituição, enquanto universidade que, “no que toca a inovação e empreendedorismo, não se limita a falar, mas se assume como impulsionadora da inovação e do empreendedorismo, incentivando e ajudando os alunos a perder o medo, a arriscar e a fazer empresas, a inovar e empreender”.

A capacidade de intervenção do IPCA no âmbito económico e social foi igualmente enaltecida pelo presidente do Conselho Geral do IPCA, António Marques, que apontou o desafio lançado pelo eurodeputado José Manuel Fernandes para a organização e concretização de toda a variedade de oferta turística do território, como “uma oportunidade e uma responsabilidade para o IPCA cumprir a sua missão e contribuir para o desenvolvimento da região”.

António Marques destacou ainda a valorização do turismo, um setor de grande importância para a economia e para a criação de emprego, realçando que “é mais um sinal de que o IPCA está atento e é capaz de agir de forma pró-ativa aos desafios e necessidades do mundo e da sociedade”.