Eurodeputado dos PSD, Paulo Rangel e José Manuel Fernandes, contra cortes nos fundos europeus para a agricultura e o desenvolvimento rural
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Os eurodeputados socialdemocratas Paulo Rangel e José Manuel Fernandes manifestaram-se hoje, em Melgaço, contra cortes nos fundos europeus para a agricultura e o desenvolvimento rural, repudiando a postura de “resignação” do governo socialista face à proposta “extremamente redutora” da Comissão Europeia para o próximo quadro financeiro.
Na visita à Festa do Alvarinho e do Fumeiro, que decorre este fim-de-semana em Melgaço, o cabeça-de-lista do PSD nas eleições para o Parlamento Europeu, Paulo Rangel, defendeu que Portugal tem de apoiar a agricultura e o mundo rural, considerando tratar-se de uma área de intervenção estratégica para o desenvolvimento sustentável de um país que se quer moderno e inclusivo.
“É inaceitável compactuar com propostas de cortes ao nível da coesão, e especialmente na agricultura e no desenvolvimento rural”, assumiu Paulo Rangel, repudiando que o governo socialista de António Costa aceite a proposta da Comissão Europeia para 2021-2027 que “prejudica os países e os setores mais pobres”.
O Eurodeputado José Manuel Fernandes especificou que “ os cortes propostos pela Comissão Europeia são de 500 milhões de euros nas ajudas diretas aos agricultores e 1.200 milhões euros nos fundos para o desenvolvimento rural”. Cortes que considerou serem “inaceitáveis”.
“Não percebemos a resignação de António Costa e até o apoio deste governo socialista à posição da Comissão”, lamentou José Manuel Fernandes, coordenador do PPE na comissão dos orçamentos no Parlamento Europeu.
Em contraponto, José Manuel Fernandes enalteceu que, “em boa hora, os deputados do PSD no Parlamento Europeu opuseram-se com sucesso aos cortes da Comissão, tendo proposto e aprovado um montante de 4.715 milhões de euros para as ajudas diretas aos agricultores e mais de 4.660 milhões de euros para o desenvolvimento rural”.
“O apoio à agricultura e ao desenvolvimento rural, a defesa dos produtos locais são essenciais para o crescimento económico e para a coesão territorial, económica e social”, insistiu José Manuel Fernandes, apontando a produção de vinho como “um excelente exemplo na boa utilização dos fundos europeus”.
Nesse sentido, o eurodeputado e candidato do PSD ao Parlamento Europeu sublinhou os números positivos do vinho verde, cujas exportações aumentaram as exportações, gerando receitas de cerca de 64 milhões de euros. A produção de vinho verde tem crescido em qualidade e quantidade. Há mais de 70 milhões de litros de vinho produzidos por ano e as exportações superam já metade do produto vendido.
“São dados que reforçam a necessidade de olharmos para a produção de vinho de uma forma integrada. A investigação e inovação, a produção e a internacionalização são elementos fundamentais. Os fundos europeus para cada uma destas áreas devem ser utilizados de forma articulada e complementar”, recomendou José Manuel Fernandes.